Dólar fecha próximo a R$ 5,70 e bolsa recua com eleições nos EUA e juros no radar
Agentes também esperam falas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e avaliam tensões no Oriente Médio
O dólar encerrou a terça-feira (22) em leve alta próximo aos R$ 5,70, enquanto o Ibovespa recuava, em meio a projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), que publicou seu relatório Perspectiva Econômica Mundial de outubro mais cedo, e incertezas em torno da eleição presidencial dos Estados Unidos.
Investidores têm elevado as apostas em uma vitória do ex-presidente Donald Trump na disputa pela Casa Branca em 5 de novembro. As promessas econômicas do republicano, que incluem tarifas sobre importações potencialmente inflacionárias, têm sido consideradas por analistas como prejudiciais a ativos de outros países.
Também estava no radar a divulgação de novas projeções econômicas do FMI, que publicou seu relatório Perspectiva Econômica Mundial de outubro mais cedo, no início das reuniões anuais do Fundo e do Banco Mundial, em Washington.
Agentes financeiros também seguem na espera do anúncio de medidas de contenção de gastos pelo governo a fim de cumprir as regras do arcabouço fiscal, o que o Executivo deve fazer somente após o segundo turno das eleições municipais, em 27 de outubro.
A moeda norte-americana encerrou o dia em leve alta de 0,06%, a R$ 5,696, em meio ao avanço da moeda no exterior.
Já o principal índice do mercado brasileiro, o Ibovespa, recuou na sessão 0,31%, aos 129.951,37 pontos.
Cenário internacional
Nesta sessão, a agenda macroeconômica está esvaziada tanto no Brasil quanto no exterior, o que leva investidores a voltarem suas atenções para eventos políticos, como a eleição presidencial dos Estados Unidos e as tensões geopolíticas no Oriente Médio.
O dólar vem se fortalecendo nesta semana com o aumento das apostas na vitória do republicano Donald Trump na disputa pela Casa Branca em 5 de novembro. Segundo analistas, as promessas do ex-presidente, que incluem tarifas e cortes de impostos, sugerem juros altos no Federal Reserve por mais tempo.
“O mercado está preocupado com a eleição do Trump. A gente sabe que ele tem medidas mais inflacionárias e, consequentemente (…) isso deixa o mercado norte-americano mais atrativo para investimentos estrangeiros”, disse Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos.
Operadores já vinham reduzindo suas apostas em um afrouxamento monetário agressivo pelo Fed devido a dados econômicos fortes dos EUA. A chance de um corte de 25 pontos-base na reunião de novembro é de 92%, de acordo com a ferramenta FedWatch, da CME.
Investidores também demonstravam cautela nesta terça-feira com a escalada do conflito no Oriente Médio. O secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, chegou nesta terça-feira em Israel a fim de realizar um último esforço em prol de um cessar-fogo na região antes da eleição presidencial.
As preocupações com uma ampliação das tensões na região estavam por trás no aumento dos preços do petróleo bruto nesta sessão, uma vez que investidores temem pela interrupção do fornecimento da commodity caso haja uma guerra ampla.
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*Com informações de Reuters