Bolsa sobe com apoio da Vale e expectativa por corte de gastos; dólar vai a R$ 5,66
Também está no radar a temporada de balanços corporativos do terceiro trimestre
O Ibovespa encerrou em alta nesta quarta-feira (16), à medida que investidores navegavam um cenário externo repleto de incertezas e seguiam de olho no cenário fiscal brasileiro.
Na cena doméstica, repercutiam declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a jornalistas. Ele disse que a agenda de revisão de gastos públicos é tema a ser tratado com prioridade pelo governo até o final do ano.
Enquanto isso, também se aguardava a conclusão de uma reunião entre o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com banqueiros para discutir a agenda econômica do país. A impressão após o encontro é de que Lula irá apoiar a agenda de revisão de Haddad, mesmo que ela possa representar custos políticos, um sinal favorável ao mercado.
O principal índice do mercado brasileiro, o Ibovespa subiu 0,54%, aos 131.749,72 pontos.
Um dos principais impulsos do pregão veio da Vale, que subiu 1,91%, a R$ 62,34.
Já o dólar encerrou em alta de 0,09%, cotado a R$ 5,6637, após oscilações durante a tarde. Em outubro a divisa acumula elevação de 3,94%.
Nesta quarta, a Embraer anunciou quase R$ 400 milhões em investimentos para ampliar serviços nos EUA. Na esteira da notícia, os papéis da fabricante saltaram 6,74%, a R$ 48,77, no melhor desempenho do dia.
Nesta sessão, esvaziada do ponto de vista macroeconômico, os mercados globais se voltavam novamente a notícias vindas da China e do Oriente Médio, que têm sido ambos em parte responsáveis pela volatilidade de ativos de maior risco nas últimas semanas.
Devido às incertezas externas, investidores continuavam atentos aos preços de commodities importantes, como petróleo e minério de ferro, cujas quedas provocaram perdas significativas aos ativos de países emergentes na sessão anterior.
Também está no radar a temporada de balanços corporativos do terceiro trimestre, que trouxe nesta quarta os resultados de Morgan Stanley, ASML, Abbott e LVMH.
Na quinta-feira, as atenções irão se voltar a uma nova entrevista à imprensa do governo chinês, com investidores na expectativa por anúncio de medidas de estímulo para o setor imobiliário.
Além da decisão de política monetária do Banco Central Europeu, em que se espera que as autoridades reduzam a taxa de juros em mais 25 pontos-base para estimular a economia da zona do euro.
Câmbio
A divisa brasileira já tinha sofrido com a forte valorização do dólar em mercados emergentes na sessão anterior, com a moeda norte-americana fechando em alta de 1,36%, a R$ 5,6587, o valor de fechamento mais alto em um mês.
Como fator principal para a pressão sobre moedas emergentes estão as quedas nos preços de commodities importantes, como o petróleo e o minério de ferro, em meio a notícias vindas da China, maior importador de matérias-primas do planeta, e do Oriente Médio, onde se teme a escalada das tensões.
Nesta sessão, a pressão das commodities parecia moderar um pouco, ainda que preços de produtos importantes seguissem em queda, e as atenções dos mercados globais se voltavam também a outros fatores, incluindo novos dados econômicos.
O cenário externo continua incerto, com dúvidas sobre as perspectivas econômicas da China, o conflito no Oriente Médio e a eleição presidencial dos Estados Unidos em novembro.
“As moedas emergentes vêm sofrendo um bocado, ainda com dúvidas perante a solidez da economia chinesa… e em breve as eleições norte-americanas, que por sinal, no momento, mostram uma grande chance de Donald Trump vencer, o que pode acabar dificultando ainda mais o cenário para essas moedas”, disse Marcio Riauba, gerente da mesa de operações de câmbio da StoneX.
Cenário doméstico
No cenário doméstico, ainda pesam as dúvidas do mercado com o compromisso do governo em equilibrar as contas públicas, mesmo após reportagem da Reuters mostrar na segunda-feira que o Executivo planeja anunciar medidas de contenção de gastos após o segundo turno das eleições municipais.
“A gente realmente não vai mais comprar essa tese (de contenção de gastos) enquanto não ver isso aprovado. O cenário político não é tão tranquilo para fazer essas aprovações”, disse Diego Faust, operador de renda variável da Manchester.
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*Com informações de Reuters