Ibovespa fecha com queda de 0,48% à espera de votação do marco fiscal e resolução nos EUA; dólar recua a R$ 4,97
Mercados em todo o mundo acompanham negociações entre o Executivo e o Legislativo norte-americano para a elevação do teto da dívida
O Ibovespa abriu a semana em baixa nesta segunda-feira (22), com a queda das ações da Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3; PETR4), os papéis com maior peso no pregão.
Investidores também acompanham as tratativas para a aprovação do novo marco fiscal pela Câmara dos Deputados nesta semana. Apesar dos esforços do governo para agilizar o processo, o projeto de lei recebeu 40 emendas. O relator, deputado Cláudio Cajado (PP-BA) vai dar seu parecer nesta terça-feira (23), conforme informações da analista da CNN, Raquel Landim.
Na cena internacional, as atenções seguem nas discussões entre o Executivo e o Legislativo norte-americano para aumentar o teto da dívida e evitar um calote histórico e com potencial de impactar a economia global.
Diante destas pressões, o principal indicador da bolsa brasileira iniciou a semana com queda de 0,48%, aos 110.213 pontos.
Influenciado pelas indefinições nos Estados Unidos, o dólar seguiu a mesma direção e fechou a sessão com tombo de 0,47%, negociado a R$ 4,971 na venda.
O Ibovespa operou próximo da estabilidade durante todo a sessão, apesar da disparada das ações da Alpargatas (ALPA4) — controladora da Havaianas — após informações de que uma controladora da família Moreira Salles fez um aporte para a compra de 32 milhões de ações.
O otimismo do mercado com a notícia fez os papéis da empresa encerrarem com alta de 14,41%.
O movimento, porém, foi anulado pela baixa de empresas com o maior peso na bolsa, também chamadas de blue chips. As ações da Vale (VALE3) caíram 1,60%, enquanto os papéis preferenciais da Petrobras (PETR4) recuaram 1,16%.
No cenário macroeconômico, além da a expectativa da votação do novo arcabouço fiscal, investidores aguaram pelos dados prévios da inflação medidos pelo Índice de Preços ao Consumidor 15 (IPCA-15), na quinta (25).
Mais cedo, dados do relatório Focus mostrou tendência de queda da variação de preços neste ano para 5,8%, a primeira vez que o indicador fica abaixo de 6% desde o início de abril.
Em comentários durante seminário em São Paulo, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que tem observado uma desaceleração grande na inflação brasileira, mas que o núcleo dos preços ainda segue muito alto.
No mesmo evento, o presidente do BC afirmou ainda que o debate sobre o atual patamar da taxa básica de juros, a Selic, é justo e que a instituição está sempre aberta para debater.
As discussões do teto da dívida norte-americana, por sua vez, devem continuar ocupando as atenções no exterior, com o calendário dos próximos dias nos EUA ainda reservando preliminar do PIB do primeiro trimestre a inflação medida pelo PCE.
*publicado por Pedro Zanatta e Gabriel Bosa, da CNN, com informações da agência Reuters.