Dólar fecha semana em alta e vai a R$ 5,86, maior valor desde a pandemia; bolsa cai
Dados do payroll, eleições nos EUA e política fiscal pressionam mercados
O dólar encerrou no maior patamar em mais de quatro anos e o Ibovespa recuou nesta sexta-feira (1º), com mercados digerindo dados de emprego dos EUA muito abaixo do esperado, além das expectativas pela proximidade das eleições.
Na pauta doméstica, as atenções seguem na política fiscal, com investidores à espera do pacote de ajustes que o governo deve apresentar até o fim deste ano.
O dólar fecho em alta de 1,53%, a R$ 5,869, o maior valor de fechamento ante o real desde 13 de maio de 2020, quando encerrou em R$ 5,901, na esteira da escalada da pandemia de Covid-19.
Na semana, a divisa valorizou 2,86%.
Já o Ibovespa recuou 1,23%, aos 128.120,75 pontos, tendo marcado 128.069,79 pontos na mínima e 129.902,2 pontos na máxima da sessão. Na semana, contabilizou uma perda de 1,36%.
O volume financeiro no primeiro pregão de novembro somava R$ 19,29 bilhões antes dos ajustes finais.
Fiscal no radar
A política fiscal voltou ao radar dos investidores nesta semana com mercados à espera de um pacote de ajustes do governo federal. Em meados de outubro, foi informado que uma série de medidas seriam levadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após o segundo turno das eleições, findado neste domingo (26).
A expectativa, porém, foi frustrada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no início da semana, ao afirmar que não há previsão de divulgação das ações. Desde então, o dólar entrou em escala.
“O governo começou a semana dando sinais de uma discussão mais estrutural sobre medidas de contenção de gastos, porém a percepção de que as medidas não seriam anunciadas tão rapidamente como o mercado imaginava começou a gerar um desconforto”, avalia Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo.
Costa pontua também que um pouco do impacto da percepção de risco de uma vitória do Trump na expectativa de que em um eventual governo, o candidato possa colocar tarifas de importação principalmente sobre países, como México e China.
“Nesse caso, os produtores de commodities, como o Brasil, podem ser afetados”, destaca.
Cenário Internacional
O relatório do Departamento do Trabalho de hoje mostrou que 12.000 empregos foram criados no mês passado, de 223.000 em setembro. Economistas consultados pela Reuters previam a criação de 113.000 vagas.
A taxa de desemprego dos EUA, no entanto, manteve-se estável em 4,1%, oferecendo a garantia de que o mercado de trabalho permanece em uma base sólida.
O furacão Helene devastou o sudeste dos EUA em setembro e o furacão Milton atingiu a Flórida uma semana depois. Um total de 41.400 trabalhadores estavam em greve, incluindo na Boeing BA.N e na Textron TXT.N, quando os empregadores foram pesquisados para o relatório de emprego de outubro.
Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital, comenta que no noticiário de hoje, o mercado segue reagindo à divulgação do relatório, fazendo com que as taxas de juros toquem as mínimas e o dólar, como de praxe, acompanhe.
“Não descarto mesmo mais volatilidade pela frente. Cenário do câmbio para o curto prazo será desafiador”, avalia.
Na próxima semana, além da decisão do Fed na quinta-feira (7), as atenções se voltarão à eleição presidencial dos EUA na terça (5).
As pesquisas de opinião têm mostrado uma disputa acirrada, mas os mercados de apostas têm se inclinado para uma vitória do candidato republicano, Donald Trump.
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*Com informações da Reuters