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    Dólar e Ibovespa recuam à espera de decisões de juros nos EUA e no Brasil

    Mercado também repercute dados dos EUA e expectativa de juros no Brasil

    Da CNN

    Tanto o dólar quanto o Ibovespa encerraram o pregão desta terça-feira (17) em queda. Os investidores aguardam as decisões do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) e do Banco Central (BC) brasileiro sobre os juros em ambos países.

    Os mercados globais avaliavam a última bateria de dados econômicos dos Estados Unidos antes do anúncio da decisão do Fed, com o país registrando resultados acima do esperado tanto para vendas no varejo quanto para produção industrial.

    No cenário nacional, o foco também estava no início do encontro de dois dias do Comitê de Política Monetária (Copom), onde se espera que os membros do BC decidam por elevar a Selic, atualmente em 10,5% ao ano, em 25 pontos-base.

    O dólar recuou 0,45%, cotado a R$ 5,4865. A moeda encerrou a última sessão em recuo de mais de 1%, negociada a R$ 5,511 na venda.

    Enquanto isso, o Ibovespa, principal índice do mercado doméstico, caiu 0,12%, aos 134.960,19 pontos. As principais ações do índice exibiam queda, com destaque para recuos de Petrobras, da Vale e de bancos.

    Cenário internacional

    O Departamento do Comércio dos EUA informou que as vendas no varejo cresceram 0,1% em agosto na base mensal, acima da expectativa de analistas consultados pela Reuters de queda de 0,2%.

    O resultado reduziu temores de que a demanda do mercado consumidor norte-americano esteja próxima do colapso, o que pode impactar na decisão dos membros do Fed sobre realizar um afrouxamento monetário agressivo ou gradual a partir da reunião deste mês.

    “Observa-se, sim, uma desaceleração da economia do país, em especial no mercado de trabalho, um ritmo menor de criação de postos de trabalho no país, porém não dá para caracterizar a economia norte-americana como fraca”, disse Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.

    Mesmo após os dados positivos, operadores ainda colocavam 67% de chance de o Fed reduzir os juros em 50 pontos-base na reunião de dois dias que começa nesta terça. Na semana passada, a probabilidade de tal movimento esteve em 15%. A chance de um corte de 25 pontos-base está em 33%.

    Cenário doméstico

    No cenário nacional, o mercado se posicionava para a reunião de dois dias do Comitê de Política Monetária (Copom), que começa nesta terça-feira. A expectativa continua sendo de uma alta de 25 pontos-base, o que ajudava o real a ter um desempenho melhor contra o dólar do que seus pares.

    O aumento do diferencial de juros entre Brasil e EUA — com alta de juros pelo BC e redução da taxa do Fed — é, em tese, positivo para a moeda brasileira, uma vez que a torna mais atrativa para investimentos.

    “A perspectiva de crescimento do diferencial de juros (…) tem beneficiado o real, tem ajudado na atração de capitais estrangeiros e pode ajudar a manter a taxa de câmbio brasileira em trajetória de queda” completou Mattos.

    Operadores colocavam 90% de chance nesta manhã de que o Copom elevará a taxa de juros em 25 pontos-base na quarta-feira.

    Além disso, na noite da véspera, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que eventos extraordinários devem ser tratados de “forma segregada”, citando como exemplo as queimadas em vários pontos do país, e que despesas para lidar com eles não violam o espírito do arcabouço fiscal.

    “Os contratos de juros futuros subiram em todos os vencimentos com intensidade mais forte na ponta longa, dadas as preocupações com o fiscal, depois da decisão do ministro do STF Flavio Dino que autorizou o governo a emitir crédito extraordinário para ajudar o governo a conter os efeitos das queimadas”, disse o analista Kleber Detoni de Lima, da Necton, em relatório nesta manhã.

    Com Reuters

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