Ibovespa encerra no maior patamar desde dezembro com dados dos EUA; dólar sobe a R$ 5,47
Analista aponta que pânico inicial do mercado com recessão nos EUA se abranda à medida que economia americana ainda mostra sinais saudáveis
O Ibovespa encerrou o pregão desta quarta-feira (14) com sua sétima alta consecutiva, à medida que investidores analisavam novos dados de inflação nos Estados Unidos e uma nova bateria de balanços corporativos.
Contibuíram também para a alta do índice os ganhos de mais de 1% da Petrobras.
A bolsa paulista subiu 0,69% no dia, chegando aos 133.316,99 pontos, no maior patamar de fechamento desde 28 de dezembro de 2023. Na véspera, o Ibovespa havia encerrado em 132.397 pontos.
O recorde histórico de fechamento do Ibovespa foi registrado em 27 de dezembro do ano passado, quando terminou o dia aos 134.193,72 pontos. No dia seguinte, chegou à máxima histórica intradia de 134.391,67 pontos.
Já os papéis ordinários da Petrobras encerraram o dia em alta de 1,81%, cotados a R$ 40,98.
Dados de preços ao consumidor nos EUA divulgados nesta manhã vieram em linha com o esperado e sustentaram a tese de que a inflação caminha para retornar à meta de 2% do Federal Reserve.
“O pânico inicial do mercado com uma recessão nos EUA, que causou bruscas quedas no início do mês, agora parece dividir opiniões, mais pendentes ao entendimento de que a economia americana ainda mostra sinais saudáveis, mas que permitem ao Fed iniciar os cortes de juros em setembro”, aponta Alexsandro Nishimura, economista da Nomos.
Diante dos números sem surpresas, os mercados acionários e de câmbio operavam com pouca volatilidade, com agentes financeiros voltando suas atenções para os próximos dados de emprego dos EUA a fim de determinar o tamanho de um já totalmente precificado corte de juros pelo Fed em setembro.
Desse modo, o dólar encerrou o dia em alta de 0,37%, negociado em R$ 5,4691 na venda, encerrando ciclo de seis quedas consecutivas, com parte dos investidores recompondo posições compradas na moeda norte-americana no Brasil.
Na véspera, a divisa norte-americana encerrou o dia em queda de 0,9%, negociado a R$ 5,449 na venda.
Já no cenário nacional, estava ainda no radar a publicação de uma série de balanços corporativos ao longo do dia, com destaque para Gol, BTG, Marfrig, Cosan, IRB e Rumo.
Na agenda nacional de dados econômicos, o IBGE informou mais cedo que as vendas no varejo brasileiro recuaram mais do que o esperado em junho sobre maio, após cinco meses de alta, sob o impacto de uma retração no comércio de hiper e supermercados.
“Os juros futuros recuaram, acompanhando a queda dos yields dos treasuries, com a redução da precificação de alta da Selic em setembro. As vendas do varejo no Brasil abaixo do previsto contribuíram para a queda dos DIs, seguindo o recente alívio na curva com os comentários hawkish do diretor do Banco Central, Gabriel Galípolo”, avaliou Nishimura.
*Com informações de Reutes