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    Dólar fecha em alta e encosta em R$ 5 com mau humor externo; Ibovespa sobe 0,32%

    Falas de presidente do Fed afastando corte imediato dos juros pressiona humor dos investidores; bancos sustentam ganhos no mercado doméstico

    Por volta das 10:35, o Ibovespa subia 0,37%, a 127.649 pontos, após abrir em queda
    Por volta das 10:35, o Ibovespa subia 0,37%, a 127.649 pontos, após abrir em queda Cris Faga/NurPhoto via Getty Images

    Da CNN*

    São Paulo

    O dólar voltou a rondar os R$ 5 e o Ibovespa fechou em alta nesta segunda-feira (5), em sessão marcada pelo mau humor em Wall Street após o presidente do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA), Jerome Powell, afastar o corte dos juros em março.

    No Brasil, o foco de investidores se volta para a agenda do Congresso Nacional ao longo dos próximos dias com a volta dos trabalhos no Legislativo.

    Pressionado pelos títulos do Tesouro dos EUA, o dólar fechou a sessão com alta de 0,32%, negociado a R$ 4,992 após superar o patamar simbólico de R$ 5 durante a sessão.

    Ignorando o clima negativo em Nova York, o Ibovespa encerrou com alta de 0,32%, aos 127.593 pontos, sustentado por bancos, principalmente Itaú Unibanco (ITUB4) e Bradesco (BDC4), com altas de 1,89% e 2,02%, respectivamente, que reportam balanços nesta semana.

    No mesmo setor, BTG Pactual (BPAC11) ganhou 0,85% ao registar lucro de R$ 2,7 bilhões no 4º trimestres, enquanto BB Seguridade (BBSE3) subiu 1,35%, com lucro líquido de R$ 2,054 bilhões, resultado 13,7% mais alto que o do mesmo período de 2022. 

    O noticiário corporativo brasileiro também ocupava as atenções, com Arezzo (ARZZ3) e Grupo Soma (SOMA3) anunciando acordo para formar uma empresa com faturamento de R$ 12 bilhões.

    O mercado, porém, não repercutiu positivamente, com Arezzo perdendo 5,49% e Grupo Soma registrando queda de 6,74%.

    Powell afasta corte de juros

    Powell disse no domingo ao programa “60 Minutes” da CBS que o Federal Reserve deve ser “prudente” ao decidir quando reduzir sua taxa básica de juros, uma vez que a economia forte permite às autoridades do banco central dos Estados Unidos tempo para criar confiança de que a inflação continuará caindo.

    Na última sexta-feira (2), dados mostraram que a economia norte-americana abriu 353 mil vagas de trabalho no mês passado, superando todas as expectativas: a mediana das projeções dos economistas consultados pela Reuters previa abertura de 180 mil postos de trabalho em janeiro, com as projeções variando de 120 mil a 290 mil.

    Na esteira desses dados e dos comentários de Powell, probabilidades implícitas em contratos de juros futuros dos EUA passaram a mostrar apenas 15,5% de chance de um corte de taxa pelo Fed em março — cenário que, no final do ano passado, era visto como praticamente garantido.

    Quanto mais tarde o Fed começar a reduzir os juros, mais o dólar tende a se beneficiar, já que investimentos de renda fixa denominados na moeda ficam mais atraentes em termos de rentabilidade.

    Ao mesmo tempo, sinais de resiliência da economia — como o robusto relatório de empregos de sexta — são argumentos a favor da visão de que o banco central dos EUA não encerrou sua luta contra a inflação e precisa esperar antes de afrouxar a política monetária.

    Congresso volta aos trabalhos

    Na cena doméstica, investidores acompanham o início do ano do Legislativo a partir desta segunda e as tratativas do governo federal em dar seguindo na agenda econômica no Congresso.

    No topo da lista está a medida provisória (MP) que reonera os 17 setores que mais empregam no país, editada pelo Executivo no fim do ano passado e que encontra forte resistência entre os parlamentares.

    Ainda no cenário interno, o mercado aguardam pela ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que na semana passada cortou os juros em 0,50 ponto percentual, a 11,25%, e indicou novas quedas nas próximas reuniões. O documento será publicado nesta terça.

    Já na quinta-feira (8), saem dados da inflação medidos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

    *Com informações de Reuters