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    Ibovespa fecha em queda de 0,65% com cautela global; dólar recua a R$ 4,94

    Investidores seguem buscando sinais sobre juros norte-americanos

    Na abertura, o Ibovespa subia 0,03%, a 129.222,95 pontos
    Na abertura, o Ibovespa subia 0,03%, a 129.222,95 pontos Cris Faga/NurPhoto via Getty Images

    Da CNN*

    São Paulo

    Ibovespa e dólar fecharam no campo negativo nesta segunda-feira (4) com sentimento de cautela global ante novos eventos que podem mexer com as apostas dos juros nos Estados Unidos nesta semana, com falas do presidente do Federal Reserve (Fed) e dados do mercado de trabalho no radar.

    Já no cenário doméstico, investidores avaliaram falas do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, de que a inflação de serviços no país é um ponto de atenção, com salários começando a “pressionar um pouco” os preços. Ele ponderou que o cenário no país ainda é benigno, apesar de números marginalmente piores no setor.

    Diante destas pressões, o principal índice do mercado doméstico fechou a primeira sessão da semana com perda de 0,65%, aos 128.340 pontos, com recuo das ações com maior peso no Ibovespa.

    O clima de expectativa fez o dólar recuar 0,12% ante o real, negociado a R$ 4,948, em linha com a desvalorização da moeda ante a cesta de divisas fortes.

    Vale e Petrobras recuam, Embraer é destaque

    O movimento de queda da sessão foi reforçado pela perda de 0,22% da Vale (VALE3), seguindo os futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Dalian Commodity Exchange encerrou as negociações do dia em queda de 0,11%.

    Já a Petrobras (PETR4) cedeu 0,25% após buscar recuperação ao terminar a semana passada com uma perda acumulada de mais de 4%. No exterior, o barril de petróleo Brent era negociado em baixa. 

    A parte de cima da sessão foi puxada pelo avanço de 10,1% do IRB (IRBR3), tendo no radar relatório de analistas do BTG Pactual elevando a recomendação dos papéis para “neutra”, citando “sell-off” das ações e melhora em resultados.

    Destaque também para a valorização de 4,33% da Embraer (EMBR3) após anúncio de contrato com a American Airlines que pode superar US$ 7 bilhões.

    Juros dos EUA no radar

    As atenções dos investidores estão nos Estados Unidos e em possíveis pistas para a trajetória dos juros.

    O chair do Fed dará depoimento a parlamentares dos EUA na quarta (6) e na quinta (7), fala que virá após moderação recente nas apostas de mercado sobre cortes de juros.

    No mês passado, dados dos índices de preços ao consumidor e ao produtor dos Estados Unidos surpreenderam para cima, embora a inflação medida pelo PCE — indicador preferido do Fed — tenha ficado dentro do esperado.

    Quanto mais tempo o Fed demora para aliviar sua política monetária restritiva, mais o dólar tende a levar vantagem na rentabilidade frente a seus pares emergentes, que, embora ofereçam retornos maiores do que a divisa norte-americana, são bem mais arriscados.

    Enquanto isso, na sexta-feira (8) será divulgado o relatório de criação de vagas fora do setor agrícola dos EUA de fevereiro. A expectativa é de abertura ainda sólida de 200 mil vagas de trabalho, contra 353 mil em janeiro.

    Reforma tributária

    Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira que o governo pretende enviar ao Congresso Nacional os projetos da reforma tributária em março.

    A emenda da reforma tributária, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no ano passado, definiu um prazo de 180 dias — até junho — para o envio das propostas ao Congresso.

    Em janeiro deste ano, o governo criou 19 grupos de trabalho (GT) para regulamentar a reforma. Os GTs se reportam a uma comissão de sistematização das informações, responsável pelo texto final dos projetos, que é coordenada pelo secretário extraordinário da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy.

    A proposta da Fazenda é dividir em três projetos de lei complementar a regulamentação da emenda constitucional que muda o sistema de impostos no país.

    Ainda em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou o projeto de lei (PL) que regulamenta o trabalho dos motoristas de aplicativos.

    Segundo Lula, o governo federal passará a ter a responsabilidade de encaminhar algumas pautas da categoria, inclusive a de baratear a linha de financiamento de automóveis.

    Lula disse ainda que o governo federal irá fazer “o máximo possível” para que a pauta seja aprovada no Congresso Nacional e destacou que será necessário que a categoria dialogue com as bancadas.

    *Com informações de Reuters