Ibovespa fecha estável com clima negativo em Wall Street; dólar recua a R$ 4,97
Investidores avaliam cenário de juros dos EUA em sessão de alta em bloco de petróliferas
O Ibovespa encerrou próximo da estabilidade e o dólar recuou ante o real nesta segunda-feira (25), com investidores à espera de dados da inflação no Brasil e nos Estados Unidos uma semana após decisões de juros em ambos países.
O principal índice do mercado doméstico operava praticamente no zero a zero, com leve queda de 0,08%, aos 126.931 pontos, em sessão de perdas em Wall Street.
Após ter atingido novamente a casa de R$ 5, o dólar à vista fechou a segunda-feira em queda ante o real, com participantes do mercado aproveitando as cotações mais altas para vender moeda, em meio à expectativa pela divulgação de dados e documentos econômicos no restante da semana, tanto no Brasil quanto no exterior.
O dólar encerrou o dia com perda de 0,49%, negociado a R$ 4,974 na venda, na direção oposta a valorização da moeda ante a cesta de divisas fortes.
O mercado aguarda também por comentários de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA). As falas vêm depois da decisão de quarta-feira (20) de deixar sua taxa básica inalterada com a projeção de que deve cortar os juros três vezes este ano.
Essa indicação levou à recomposição das apostas de que o banco central norte-americano iniciará o afrouxamento monetário em junho, depois que uma visão mais pessimista havia minado a confiança do mercado nessa possibilidade.
O próximo grande dado que pode dar contribuição à narrativa de corte de juros pelo Federal Reserve em meados do ano é o índice PCE de inflação, que será divulgado na sexta-feira (29).
A expectativa é de alta de 0,3% em fevereiro sobre o mês anterior e de 2,8% na base anual, com analistas dizendo que qualquer número mais alto será considerado como um revés para as apostas de um corte de juros pelo Fed em junho.
Enquanto isso, “a ata do Copom nesta terça-feira e o IPCA-15 de março são as principais notícias do mercado local”, disse Eduardo Moutinho, analista de mercado do Ebury Bank, acrescentando que a mudança no tom do Comitê de Política Monetária do Banco Central na semana passada foi fator positivo para o real.
O Banco Central do Brasil decidiu na semana passada fazer uma nova redução de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, a 10,75% ao ano, e encurtou sua indicação sobre cortes futuros ao citar uma ampliação de incertezas, afirmando que sua diretoria antevê corte na mesma intensidade apenas na próxima reunião, em maio.
Quanto maior o diferencial de juros entre Brasil e EUA, mais interessante fica o real para uso em estratégias de “carry trade”. Estas consistem na tomada de empréstimos em país de juros baixos e investimento desse dinheiro em mercados mais rentáveis, de forma que se lucra com a diferença de taxas.
Petrolíferas avançam em bloco
As principais ações do mercado operaram em direções opostas, com Petrobras (PETR4) subindo mais de 1,53% em linha com valorização do petróleo no mercado global, enquanto Vale (VALE3) recuou 0,21%
As demais petrolíferas do mercado também subiam em bloco, também impulsionadas pela alta da commodity.
Na ponta oposta, Braskem (BRKM5) liderou as perdas, com recuo 4,54%, em sessão de ajustes, após disparar quase 26% na semana passada, marcada pela repercussão do seu resultado trimestral e perspectivas de executivos da petroquímica, além de notícias sobre a esperada venda da participação da Novonor na empresa.
*Com informações de Reuters