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    Ibovespa fecha semana com perda de 1,38% após dados dos EUA; dólar sobe 1%, a R$ 4,96

    Economia norte-americana mostra resiliência em janeiro e mina expectativas de corte antecipado de juros pelo Fed

    Por volta das 13:50, o Ibovespa caía 1,32%, a 126.785,94 pontos
    Por volta das 13:50, o Ibovespa caía 1,32%, a 126.785,94 pontos Cris Faga/NurPhoto via Getty Images

    Da CNN*

    São Paulo

    O Ibovespa encerrou em queda e o dólar registrou alta consistente ante o real nesta sexta-feira (2), em linha com movimento internacional, depois que um importante relatório de emprego dos Estados Unidos superou todas as expectativas e minou apostas de corte antecipado dos juros pelo Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA).

    O principal índice do mercado doméstico teve queda de 1,01%, aos 127.182 pontos. Com o resultado, o Ibovespa fecha a semana com perda de 1,38%. Em janeiro, a bolsa brasileira teve desvalorização de 4,79%, o pior desempenho mensal desde agosto do ano passado, quando perdeu 5,09%.

    O desempenho negativo da sessão foi reforçado pela queda das companhias com maior peso no Ibovespa diante do recuo de commodities. As ações da Vale (VALE3) perderam 2,03% na sessão, a quinta sessão seguida de perdas, enquanto Petrobras (PETR4) cedeu 1,3%. Na direção oposta, Itaú (ITUB4) valorizou 0,15%

    Após três sessões em queda, o dólar voltou a mostrar força ante o real, com alta de 1,04%, negociado a R$ 4,966. A divisa soma valorização de 1,12% na semana, enquanto em janeiro o salto foi de 1,79%.

    A criação de vagas de emprego nos Estados Unidos acelerou em janeiro, provavelmente porque a resiliência da economia e a forte produtividade dos trabalhadores incentivaram as empresas a contratar e manter mais funcionários, uma tendência que pode proteger a economia de uma recessão este ano, mas influenciar o Federal Reserve, banco central dos EUA, a adiar cortes de juros.

    A economia norte-americana abriu 353 mil vagas de trabalho no mês passado, informou o Departamento do Trabalho nesta sexta-feira, superando todas as expectativas: a mediana dos economistas consultados pela Reuters previa abertura de 180 mil postos de trabalho em janeiro, com as projeções variando de 120 mil a 290 mil.

    Probabilidades implícitas em contratos de juros futuros dos EUA mostravam apenas 20% de chance de um corte de taxa pelo Fed em março — cenário que, no final do ano passado, era visto como praticamente garantido.

    Na quarta-feira (31), o banco central norte-americano deixou a taxa básica de juros inalterada, mas deu um passo importante para reduzi-la nos meses à frente ao retirar uma referência de longa data a possíveis novos aumentos nos custos de empréstimos.

    Por outro lado, o presidente do banco central dos Estados Unidos, Jerome Powell, disse que o Fed precisará ver mais dados favoráveis para ter certeza de que é hora de reduzir a taxa básica de juros, o que minou as apostas num início em março para o afrouxamento monetário. Agora, maio é visto como mais provável.

    Quanto mais tarde o Fed começar a reduzir os juros, mais o dólar tende a se beneficiar, já que investimentos de renda fixa denominados na moeda ficam mais atraentes em termos de rentabilidade.

    Ao mesmo tempo, sinais de resiliência da economia — como o robusto relatório de empregos desta sexta — são argumentos a favor da visão de que o banco central dos EUA não encerrou sua luta contra a inflação e precisa esperar antes de afrouxar a política monetária.

    *Com informações de Reuters