Ibovespa fecha em queda de 0,25% pressionado por Vale e Petrobras; dólar sobe a R$ 4,98
Investidores também analisam dados mistos da inflação nos Estados Unidos a menos de uma semana para a definição dos juros pelo Federal Reserve
O Ibovespa encerrou em queda e o dólar subiu ante o real nesta quinta-feira (14), com investidores analisando dados mistos da inflação nos Estados Unidos a menos de uma semana para a definição dos juros pelo Federal Reserve (Fed).
No cenário corporativo local, Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) – companhias com maior peso no mercado -, cederam, enquanto Embraer (EMBR3) liderou a ponta positiva após recomendação do Morgan Stanley elevando preço-alvo dos ADRs.
O Ibovespa fechou em queda de 0,25%, na faixa dos 127.689 pontos, seguindo o clima negativo em Wall Street.
Após rondar estabilidade, o dólar guinou para alta, em linha com a valorização da divisa ante as principais moedas do globo, e encerrou com avanço de 0,27%, negociado a R$ 4,987 na venda.
O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) para a demanda final dos EUA subiu 0,6% no mês passado, depois de avançar 0,3% em janeiro, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta-feira. Economistas consultados pela Reuters previam que o índice subiria 0,3%.
Por outro lado, uma medida mais restrita do índice de preços ao produtor, que exclui componentes voláteis como alimentos, energia e serviços comerciais, desacelerou a alta para 0,4% em fevereiro, de 0,6% em janeiro.
Além disso, as vendas no varejo dos EUA aumentaram 0,6% no mês passado, informou o Departamento de Comércio.
Os dados de janeiro foram revisados para baixo, mostrando que as vendas caíram 1,1%, em vez de 0,8% conforme informado anteriormente. Economistas consultados pela Reuters previam que as vendas no varejo aumentariam 0,8% em fevereiro.
No Brasil, ajudando os ativos locais, as vendas no varejo avançaram 2,5% em janeiro na comparação com o mês anterior, resultado mais forte desde janeiro de 2023 (2,5%) e acima das previsões de economistas (0,2%), informou o IBGE. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, as vendas apresentaram avanço de 4,1%.
Na semana que vem, na quarta-feira, tanto o Federal Reserve quanto o Banco Central do Brasil encerrarão suas respectivas reuniões de política monetária. Lá fora, a expectativa segue sendo de que o Fed manterá sua taxa básica inalterada até um primeiro corte em junho, enquanto, por aqui, é consenso que o BC reduzirá a Selic novamente em 0,50 ponto percentual, a 10,75%.
Quanto maior o diferencial de juros entre Brasil e EUA, mais o real tende a se beneficiar de estratégias de “carry trade”, em que operadores tomam empréstimos em país de juro baixo e investem esse dinheiro em mercados mais rentáveis.
Assim, quanto mais tempo o Fed demorar para cortar suas taxas, ainda mais num momento de afrouxamento monetário no Brasil, mais o dólar tende a avançar frente à divisa brasileira – de forma que a manutenção das apostas sobre o início do ciclo de flexibilização nos EUA, sem adiamentos, tem sido vista com bons olhos pelo mercado.
Eletrobras dispara
No caminho oposto à queda do mercado, os papéis da Eletrobras subiu 10,21% com analistas do Morgan Stanley reiterando “overweight” e elevando o preço-alvo do ADR US$ 19,50 para US$ 40. O banco de investimento ainda citou que a companhia brasileira é a sua nova “top pick” no setor aeroespacial.
Também na parte de cima, Eletrobras (ELET3) ganhou 1,41% após a elétrica divulgar lucro líquido de R$ 893 milhões no quarto trimestre de 2023, revertendo prejuízo de R$ 479 milhões sofrido em igual período do ano anterior.
Na parte em vermelho, Vale cedeu 1,27%, conforme os futuros do minério de ferro ampliaram as perdas na China nesta quinta-feira.
As ações da Petrobras também performaram em queda, ignorando a alta do petróleo no mercado global. Os papéis preferenciais (PETR4) perderam 0,44%, enquanto ordinários cederam 0,68%.
Como nos últimos dias, os papéis são penalizados pelos ruídos envolvendo a decisão da estatal na semana passada de não distribuir dividendos extraordinários.
Na véspera, o presidente da companhia, Jean Paul Prates, afirmou que as falas sobre intervenção política na estatal são “especulação e desinformação” e visam “criar dissidências”.
*Com informações de Reuters
