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    Bolsa cai com pressões da Petrobras e bancos; dólar recua a R$ 5,61

    Investidores também analisam dados dos Estados Unidos e decisões do Banco Central Europeu

    Da CNN

    O principal índice do mercado brasileiro, o Ibovespa, fechou em queda nesta quinta-feira (12), com a Petrobras e Itaú Unibanco entre as maiores pressões negativas, em meio a dados dos EUA reforçando corte inicial dos juros de 25 pontos-base na próxima semana pelo Federal Reserve e já uma redução pelo BCE na Europa.

    No cenário internacional, os investidores digerem dados de pedidos iniciais de auxílio-desemprego e de preços ao produtor nos EUA, consolidando as apostas de um afrouxamento gradual na taxa de juros a ser feito pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA)

    Além disso, na Europa, o BCE decidiu reduzir os juros em mais 25 pontos-base, em meio a piora nas projeções de crescimento para a zona do euro, mas evitou fornecer qualquer sinal sobre o que fará no próximo encontro dos membros, em outubro.

    Já na cena doméstica, as atenções ficaram para o desempenho das vendas no varejo e na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do banco central nos dias 17 e 18 de setembro, na expectativa de uma alta na taxa dos juros de 0,25 ponto por aqui.

    O Ibovespa fechou em queda de 0,48%, aos 134.029,43 pontos, puxada por perdas da Petrobras e bancos.

    A petroleira, que caiu mais e 1%, e Itaú Unibanco foram as maiores pressões negativas, enquanto os papéis da Vale ofereceram contrapeso, subindo cerca de 1% na esteira da alta do preço do minério de ferro.

    O dólar acompanhou a esteira negativa e encerrou o pregão em baixa de 0,57%, cotado a R$ 5,617.

     

    Mercado de trabalho nos EUA

    O Departamento de Trabalho dos EUA informou que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego na semana encerrada em 7 de setembro ficaram em 230.000, em linha com o esperado e pouco acima dos 228 mil pedidos da semana anterior, ante 227 mil anunciados anteriormente.

    Os dados de auxílio-desemprego têm recebido atenção especial dos mercados em meio a mudança de foco do Fed para o esfriamento adicional do mercado de trabalho, uma vez que a inflação está desacelerando para sua meta de 2% e números recentes mostraram um enfraquecimento na abertura de novos postos de trabalho.

    O resultado desta semana não alteraram as expectativas de operadores, que têm consolidado suas apostas em torno de um corte de 25 pontos-base nos juros do Fed na próxima semana. Eles veem essa redução com uma chance de 87%, patamar visto na véspera.

    Na Europa, o foco estava em torno da decisão de política monetária do BCE, que realizou um novo corte de 25 pontos-base em sua taxa de juros, o que era amplamente esperado pelos investidores.

    Em coletiva de imprensa após a reunião, a presidente do BCE, Christine Lagarde, não forneceu nenhuma indicação sobre o movimento do banco central em seu próximo encontro, em outubro.

    “A reunião do BCE de hoje mostrou o que já se era esperado, autoridades seguindo o roteiro sem desviar do padrão de ‘dependência dos dados'”, disse Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank.

    “No entanto, a revisão para baixo nas previsões de crescimento (…) reforça nossa visão para a reunião do Fed de setembro, em que um corte de menor magnitude deve ser acompanhado por uma revisão considerável nas projeções, o que apoiaria o argumento de um dólar mais fraco”, completou.

    Cenário nacional

    No cenário nacional, investidores se posicionavam para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, em 17 e 18 de setembro, em que se espera uma alta de 25 pontos-base na Selic, atualmente em 10,50% ao ano.

    Nesta sessão, operadores colocavam 96% de probabilidade de tal movimento na próxima semana.

    Quanto maior o diferencial entre os juros no Brasil e em economias fortes, como os EUA, melhor para o real, que se torna mais atraente para investimentos.

    Economistas do Itaú revisaram cenário, passando a esperar um ciclo de alta de juros 1,50 ponto percentual começando no próximo dia 18, “em um contexto de taxa de câmbio pressionada, expectativas de inflação desancoradas e alguma revisão — ainda que pequena — do hiato do PIB”.

    A equipe chefiada pelo ex-diretor do BC Mario Mesquita estima Selic de 11,75% ao final de 2024, com uma alta adicional em janeiro de 2025, alcançando um nível terminal de 12%.

    Em paralelo, permanecem dúvidas sobre uma melhora fiscal de fato, o que afeta também a curva de juros brasileira.

    Deputados concluíram nesta quinta-feira votação do projeto de lei que estabelece transição de três anos para o fim da desoneração da folha de pagamentos de 17 setores e para a cobrança de alíquota cheia do INSS em municípios com até 156 mil habitantes, com medidas compensatórias para o benefício.

    De acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o projeto deve permitir compensar totalmente o impacto fiscal do benefício em 2024. O texto agora aguarda sanção presidencial.

    Na visão do gestor de renda variável Tiago Cunha, da Ace Capital, a bolsa é contaminada pela curva de DI, que reflete as revisões recentes sobre a Selic em 2024 e 2025, influenciadas principalmente pela frustração com um contingenciamento mais frouxo do que o imaginado anteriormente.

    *Com informações de Reuters

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