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    Ibovespa fecha com alta de 0,57% em linha com EUA; dólar cai a R$ 4,91

    Investidores também repercutiam decisão de juros nos EUA e no Brasil

    Por volta das 10:15, o Ibovespa subia 0,31%, a 128.150,65 pontos
    Por volta das 10:15, o Ibovespa subia 0,31%, a 128.150,65 pontos NurPhoto via Getty Images

    Da CNN*

    São Paulo

    O Ibovespa fechou em alta e o dólar caiu ante o real nesta quinta-feira (1º), com investidores repercutindo dados do mercado de trabalho norte-americanos e analisando os próximos rumos da política monetária após decisões do Federal Reserve (Fed) e do Banco Central (BC) na véspera.

    O principal índice do mercado doméstico fechou com alta de 0,57%, aos 128.481 pontos em linha com a valorização das bolsas em Wall Street.

    A alta da bolsa foi sustentada pela alta de 2,77% da Petrobras (PETR4), como reação a avaliação do J.P Morgan de que a estatal poderá pagar mais dividendos que o esperado. A possibilidade fez o mercado ignorar a queda do petróleo no mercado global.

    Seguindo a queda ante as principais moedas globais, o dólar fechou com perda de 0,47%, cotado a R$ 4,915 na venda. Em três sessões, a moeda acumulou queda de 0,74%.

     

    Dados de mais cedo mostraram que a produtividade dos trabalhadores dos Estados Unidos cresceu mais rápido do que o esperado no quarto trimestre do ano passado, mantendo os custos unitários de mão de obra contidos e dando ao Federal Reserve outro impulso na luta contra a inflação.

    Além disso, os pedidos semanais de auxílio-desemprego subiram mais do que o esperado, sinal de moderação do mercado de trabalho.

    O Departamento do Trabalho dos EUA informou que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego aumentaram em 9 mil, para 224 mil, ajustados sazonalmente, na semana encerrada em 27 de janeiro. Os economistas haviam previsto 212 mil pedidos para a última semana.

    Os números sugerem que o mercado de trabalho dos EUA pode estar esfriando, o que abriria espaço para a queda dos juros, trazendo um viés de baixa para o rendimento dos Treasuries nesta quinta-feira. Isso acabou por pesar também na relação do dólar ante outras divisas, incluindo o real.

    No relatório de criação de empregos fora do setor agrícola do Departamento do Trabalho dos EUA, a ser divulgado na sexta-feira (2), leituras mais fortes tendem a jogar a favor de uma postura dura por mais tempo, enquanto surpresas para baixo poderiam resgatar as esperanças de um afrouxamento monetário mais cedo.

    Na quarta-feira (31), o Federal Reserve deixou a taxa básica de juros inalterada, mas deu um passo importante para reduzi-la nos meses à frente em uma declaração de política monetária que contrabalançou preocupações com a inflação com outros riscos para a economia norte-americana e retirou uma referência de longa data a possíveis novos aumentos nos custos de empréstimos.

    Por outro lado, moderando as expectativas, o presidente do banco central dos Estados Unidos, Jerome Powell, disse que o Fed precisará ver mais dados favoráveis para ter certeza de que é hora de reduzir a taxa básica de juros, e afirmou que ainda não é possível declarar vitória.

    No Brasil, o BC decidiu fazer um novo corte de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, a 11,25% ao ano, e afirmou, em comunicado sem surpresas para analistas de mercado, que sua diretoria antevê cortes na mesma intensidade nas próximas reuniões.

    A manutenção do ritmo de queda da Selic, sem espaço para aceleração do afrouxamento, sugere que os juros seguirão em patamar restritivo por algum tempo, o que deve manter a atratividade do real para uso em estratégias de “carry trade”.

    Estas consistem na tomada de empréstimo em país de taxas baixas e investimento desse dinheiro em mercados mais rentáveis, de forma que se lucra com o diferencial de juros.

    *Com informações de Reuters