Guerra deve aumentar “tolerância” da inflação por mais tempo, diz economista
Para o especialista, o aumento de gastos gerado pela guerra torna a inflação mais persistente no mundo
O economista Aod Cunha disse, em entrevista à CNN, nesta terça-feira (8), que a guerra na Ucrânia e as consequências na economia mundial deve fazer com que os países “aumentem os gastos, incluindo seus investimentos bélicos. Logo, isso tudo vai aumentar o gasto público em um momento de inflação em patamares altos”.
Para o economista, a partir desse aumento de gastos, os “governos devem ser mais tolerantes com a persistência da inflação por mais tempo” do que estava sendo previsto.
Cunha avalia que não é possível a existência de medidas de expansão de gastos e de tolerância com o deficit fiscal “sem a contrapartida de uma inflação maior”, cenário em que o mundo está inserido atualmente.
Além disso, o economista falou ainda sobre as opções que o Brasil pode seguir para tentar frear o aumento nos preços dos combustíveis, causado pela menor oferta e grande demanda da commodity. Cunha entende que é preciso de uma composição de fatores para reduzir o preço.
“É necessário a combinar a redução de impostos, com uma retenção da distribuição de dividendos da Petrobras, mais um gasto adicional do próprio governo. O grande problema dos subsídios é como retirá-los depois, mas estamos em um cenário de guerra”, afirma.
Por fim, Cunha avalia que o congelamento de preços seria um erro. “Espero que o governo não faça esse tipo de medida, pois seria um custo excessivo para os gastos públicos”.
Veja mais no vídeo acima