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    Greve dos portos nos EUA causa nova onda de pânico por papel higiênico

    Apesar do pânico em massa, greve nos portos é mais provável de causar um excesso de papel higiênico ao invés de uma escassez

    Chris Isidorecolaboração para a CNN

    A falta de papel higiênico nas lojas dos Estados Unidos está trazendo lembranças aterrorizantes da era da pandemia. Mas a falta de papel higiênico não é um resultado direto de uma grande greve nos portos americanos, que ocorreu nesta terça-feira (2). Isso se deve às pessoas que compram o item devido ao pânico.

    Relatos de escassez encheram as redes sociais nos EUA nesta terça, mostrando prateleiras vazias onde deveriam estar papel higiênico e, em menor grau, toalhas de papel.

    “Acabaram com o papel higiênico no Walmart da minha cidade, na Virgínia. Estocagem de papel higiênico 2.0!,” escreveu uma pessoa em um post no X, atualmente suspenso no Brasil, junto com uma foto de prateleiras vazias.

    “As prateleiras do Costco e Target estão ficando vazias ou sem toalhas de papel no Condado de Monmouth, NJ,” postou outro usuário do X. “Estou vendo pessoas comprando papel higiênico e água também em reação à greve dos portos. Um funcionário do Costco me disse que o papel higiênico/toalhas de papel se esgotaram nesta manhã.”

    Mas a greve nos portos de Maine até o Texas não terá absolutamente nenhum impacto no fornecimento desses produtos.

    A esmagadora maioria — mais de 90%, segundo algumas estimativas — da produção de papel higiênico nos EUA vem de fábricas domésticas. O restante vem do Canadá e do México, o que significa que provavelmente chega por trem ou caminhão, não por navio.

    A American Forest and Paper Association, o grupo comercial que representa os fabricantes de papel dos EUA, expressou preocupações sobre o impacto que a greve dos portos poderia ter sobre seus membros. Mas citou o risco de suas exportações para mercados estrangeiros serem cortadas pela greve. Não importações.

    Se algo for afetado, é mais provável que a greve resulte em um excesso de papel higiênico, não em uma escassez.

    Mas isso não impediu o comportamento de massa das pessoas correndo para estocar por medo de uma falta, alimentada pelas más lembranças de escassez e limitações de compra que ocorreram em 2020, durante a pandemia.

    Provavelmente haverá algumas escassezes causadas pela greve dos portos, mas principalmente de produtos perecíveis dos quais o mercado dos EUA depende de importações. O item número um é a banana.

    As importações respondem por quase 100% do fornecimento de bananas nos EUA, a fruta mais popular em volume, e mais da metade das importações de bananas chegam pelos portos afetados pela greve desde o início da manhã de terça-feira, segundo dados da American Farm Bureau, organização agrícola dos EUA. Mais de um quarto das importações chegam por apenas um porto em Wilmington, Delaware.

    Essas bananas têm um prazo de validade curto. São apenas algumas semanas entre o momento em que são colhidas da bananeira até aparecerem nas prateleiras dos supermercados, e menos de duas semanas depois disso elas ficam marrons ou pretas no balcão da sua cozinha. Portanto, os transportadores não puderam enviar um grande volume antecipadamente à greve.

    O papel higiênico é o oposto de um produto perecível. Qualquer papel higiênico estocado hoje vai durar até a próxima onda de pânico, mesmo que ocorra daqui a alguns anos. Quase nenhum deles passou pelos portos que estão fechados.

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