Dólar fica estável em R$ 5,76 com dados dos EUA e falas de Haddad
Na quarta-feira (30), o dólar à vista fechou o dia com variação positiva de 0,03%, cotado a R$ 5,7640, maior valor de fechamento desde 29 de março de 2021
O dólar rondava a estabilidade frente ao real nesta quinta-feira, mantendo-se acima dos R$ 5,76, à medida que dados de inflação em linha com o esperado nos Estados Unidos e a falta de novas notícias no cenário doméstico deixavam investidores sem impulsos para tomar uma direção clara.
Às 9h51, o dólar à vista subia 0,01%, a 5,7645 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,02%, a 5,766 reais na venda.
Nesta sessão, as atenções dos mercados globais estavam voltadas para novos dados sobre a economia norte-americana, em busca de sinais sobre os próximos movimentos do Federal Reserve, que iniciou um ciclo de afrouxamento monetário em setembro ao reduzir a taxa de juros em 50 pontos-base.
Dados do Departamento de Comércio dos EUA mostraram que o índice PCE — a medida preferida de inflação do Fed — acelerou para uma alta de 0,2% em setembro, ante avanço de 0,1% no mês anterior, em resultado em linha com esperado por economistas consultados pela Reuters.
Na frente do emprego, números do Departamento de Trabalho dos EUA mostraram que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram para 216.000 na semana encerrada em 26 de outubro, ante 228.000 pedidos revisados ligeiramente para cima na semana anterior. Em pesquisa da Reuters, esperava-se 230.000 pedidos.
Os resultados reforçaram a percepção recente de força da economia norte-americana, com uma inflação controlada e próxima da meta de 2% do Fed, enquanto o mercado de trabalho segue dando sinais de robustez. Dessa forma, os dados não tiveram grande influência nos mercados.
Operadores continuavam apostando em 94% de chance de o Fed reduzir os juros em 25 pontos-base na próxima semana, em um movimento mais gradual do que o corte de setembro.
O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,20%, a 103,880.
A fraqueza da moeda norte-americana era mais influenciada por notícias vindas do Japão, onde o banco central manteve a taxa de juros inalterada nesta quinta, mas adotou um tom mais duro, sinalizando que os juros podem ser novamente elevados em breve.
O dólar tinha queda de 0,5% em relação ao iene, a 152,65.
No cenário doméstico, o principal foco dos investidores segue sendo a cena fiscal, à medida que aguardam prometidas medidas de contenção de gastos a serem anunciadas pelo governo, que busca criar as condições para a sustentabilidade do arcabouço fiscal.
Na véspera, falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, acalmaram parte do nervosismo do mercado. Ele afirmou que o ministério e a Casa Civil encontraram convergência em torno da elaboração de medidas para equilibrar as contas públicas.
“O real já tem um problema doméstico que é a falta de apresentação de um plano crível de corte de gastos… Isso prejudica tanto a curva de juros quanto o câmbio”, disse Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.
Na agenda de dados, o IBGE informou nesta quinta que a taxa de desemprego no Brasil ficou em 6,4% nos três meses até setembro, abaixo da projeção de 6,5% em pesquisa da Reuters e marcando o menor nível desde 2013.
Na quarta-feira, o dólar à vista fechou o dia com variação positiva de 0,03%, cotado a 5,7640 reais. Este foi o maior valor de fechamento desde 29 de março de 2021, quando encerrou em 5,7681 reais.
Nesta sessão também ocorre a formação da Ptax de fim de mês, que deixa o mercado brasileiro suscetível a movimentos técnicos.
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