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    Compras da Shein e Temu passarão por forte fiscalização dos EUA

    Especialistas do mercado acreditam que medida pode causar atraso em entregas

    Reuters

    Nova campanha de fiscalização dos Estados Unidos sobre despachantes aduaneiros, que lidam com encomendas de baixo custo compradas em plataformas de gigantes asiáticos como Shein e Temu, podem causar atrasos e gargalos nas entregas, segundo especialistas do setor.

    A alfândega dos EUA anunciou no final da semana passada que suspendeu “vários” despachantes de um programa de liberação acelerada para essas importações diretas ao consumidor, que são isentas de impostos.

    Isso porque existe a preocupações de que contrabando esteja sendo trazido para o país dessa forma.

    Embora a agência não tenha especificado um número, os especialistas em alfândega sabem da existência de até seis empresas suspensas.

    A medida faz parte de um esforço dos órgãos alfandegários dos EUA que inclui aumento das inspeções dessas encomendas nos aeroportos dos EUA e a revisão dos envios de informações eletrônicas pelos despachantes aduaneiros.

    “Todas as portas de entrada estão sendo afetadas, portanto, não há realmente uma maneira de evitar atrasos”, disse Chad Schofield, cofundador da plataforma de logística de comércio eletrônico BoxC, com sede nos EUA.

    A repressão ocorre no momento em que se prevê que mais de 1 bilhão de pacotes, com valor médio de 50 dólares cada, chegarão aos EUA este ano, impulsionados pela forte demanda dos consumidores norte-americanos pelos produtos chineses.

    A Shein, que está tentando expandir sua participação no mercado antes de abrir capital, e a varejista chinesa Temu dependem do processo de liberação acelerada, que está disponível para remessas diretas ao consumidor no valor de 800 dólares ou menos.

    Os despachantes dos EUA que lidam com esses pacotes enviam as informações de remessa eletronicamente para a alfândega dos EUA, acelerando o processamento.

    Os despachantes aduaneiros que participam desse programa lidam com a liberação de 62% dessas remessas, um ônus administrativo que, de outra forma, recairia sobre os exportadores ou empresas de transporte, disse Cindy Allen, presidente-executivo da consultoria Trade Force Multiplier.

    A Shein não pôde ser contatada imediatamente para comentar o assunto. A Temu disse que suas operações não foram afetadas.

    Considerações Políticas

    A ação da alfândega dos EUA ocorreu em meio à intensa pressão política do ano eleitoral sobre o governo Biden para proteger as empresas norte-americanas e conter o fluxo de medicamentos ilegais para o país, disse Brandon Fried, diretor executivo do grupo setorial Airforwarders Association.

    Alguns parlamentares dos EUA dizem que as regras que permitem importações isentas de impostos para pacotes com valor inferior a 800 dólares dão às empresas de comércio eletrônico da China e de outras nações uma vantagem injusta sobre os varejistas dos EUA.

    A alfândega dos EUA disse na semana passada que as entradas de dados dos despachantes suspensos “representavam um risco de conformidade inaceitável”.

    E que “agentes mal-intencionados” estavam explorando as regulamentações para transportar contrabando, incluindo materiais para fabricar medicamentos como o fentanil.

    A agência não citou os nomes dos despachantes aduaneiros.

    Um dos afetados, a SEKO Logistics, sediada em Illinois, entrou com um processo no Tribunal de Comércio Internacional dos EUA no sábado contra a ação.

    Ela alegou que a alfândega não notificou adequadamente a empresa sobre a suspensão, não especificou as supostas violações e nem forneceu uma maneira de remediar a situação.

    A SEKO disse ao Business Insider, em janeiro de 2023, que gerenciava o transporte para a Shein e outros clientes de comércio eletrônico. A empresa não especificou se cuidava dos registros alfandegários eletrônicos para a Shein.

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