Café robusta atinge pico de 16 anos, açúcar sobe pela 5ª sessão
Seca em lavouras de café e incêndios nos canaviais brasileiros impactam negócios
Os contratos futuros do café robusta subiram nesta terça-feira (27), atingindo o maior valor em pelo menos 16 anos, devido à oferta global restrita, enquanto o café arábica atingiu o maior preço em dois anos e meio.
Enquanto isso, os futuros do açúcar bruto subiram pela quinta sessão consecutiva, atingindo o pico de cinco semanas.
Café
O café robusta de novembro fechou em alta de US$ 131, ou 2,8%, a US$ 4.846 a tonelada métrica, depois de atingir US$ 4.952, o maior valor desde janeiro de 2008.
Os negociantes disseram que os agricultores do Vietnã e da Indonésia têm retido o café, esperando que os preços subam ainda mais, exacerbando o aperto na oferta.
“As baixas exportações da Ásia destacaram a situação de oferta restrita”, disse Laleska Moda, analista de café da corretora Hedgepoint Global Markets. “As exportações do Vietnã estiveram próximas das mínimas históricas em alguns meses.”
As condições muito secas das lavouras de café no Brasil deram mais suporte, pois poderiam prejudicar a produção no próximo ano.
O café arábica de dezembro subiu 2,2%, a US$ 2,5525 por libra-peso, depois de atingir uma máxima em dois anos e meio de US$ 2,5945.
Açúcar
O açúcar bruto para outubro fechou em alta de US$ 0,0056, ou 2,9%, a US$ 0,196 por libra-peso, depois de atingir uma máxima de cinco semanas de US$ 0,1968.
Os comerciantes disseram que o mercado ganhou apoio dos incêndios em canaviais no principal Estado produtor do Brasil.
Uma facção criminosa é suspeita de provocar incêndios em terras agrícolas no Brasil, disse uma autoridade.
O maior grupo açucareiro do Brasil, Raizen SA, estimou que um volume de cerca de 1,8 milhão de toneladas de sua cana-de-açúcar foi afetado pelos incêndios, ou cerca de 2% do esperado para sua safra 2024/25.
O grupo de produtores de cana Orplana disse que cerca de 58.000 hectares foram queimados no estado de São Paulo, ou mais de 1% da área.
O açúcar branco de outubro subiu 4,2%, a US$ 548 por tonelada.