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    Bolsas dos EUA fecham em queda após caso de Ômicron no país e fala de Powell

    Caso confirmado foi identificado em uma pessoa que viajou para África do Sul, em 22 de novembro

    Artur Nicocelido CNN Brasil Business* , São Paulo

    O mercado estadunidense, que operava em alta na manhã desta quarta-feira (1º), fechou no vermelho após a notícia de que foi descoberto o primeiro caso de Ômicron no país. E a fala de Jerome Powell, presidente do Fed (Federal Reserve, Banco Central dos EUA), reiterando sua ideia de reduzir a compra de títulos norte-americanos, também foi responsável pelo recuo dos índices.

    O Dow Jones terminou em queda de 1,34%, aos 34.021 pontos, o S&P 500 caiu 1,18%, aos 4.512 pontos, e o Nasdaq teve desvalorização de 1,83%, aos 15.254 pontos.

    Em coletiva de imprensa, o imunologista Anthony Fauci afirmou que o caso confirmado foi identificado em uma pessoa que viajou para África do Sul, em 22 de novembro. A pessoa havia sido totalmente imunizada, mas, questionado pela CNN se o caso confirmado recebeu uma dose de reforço, Fauci disse: “Que eu saiba, não.”

    A pessoa que contraiu a variante, segundo Fauci, está em quarentena e contatos próximos testaram negativo para o coronavírus até agora.

    Powell

    Com a economia dos Estados Unidos crescendo com força e os desequilíbrios entre a oferta e demanda em curso de persistir num futuro próximo, as autoridades precisam estar preparadas para responder à possibilidade de a inflação não recuar no segundo semestre de 2022, conforme esperado, disse o chair do Fed.

    Powell, em seu segundo dia de audiência no Congresso dos EUA, disse que a política monetária precisará se adaptar à medida que as autoridades buscam trazer milhões de cidadãos norte-americanos de volta ao trabalho e, ao mesmo tempo, garantir que a recente alta da inflação não se enraíze.

    “Quase todos os analistas esperam que a inflação caia significativamente no segundo semestre do próximo ano”, disse Powell durante audiência perante o Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos EUA. “A questão é que não podemos agir como se tivéssemos certeza disso… Temos que usar nossa política (monetária) para abordar a gama de resultados plausíveis, não apenas o mais provável.”

    Ele acrescentou que a recuperação norte-americana está mais forte do que a de outras economias importantes, em parte graças ao apoio fiscal mais robusto. Os gastos do consumidor nos EUA aumentaram em outubro e os pedidos iniciais de auxílio-desemprego estão numa mínima em 52 anos, levando economistas a elevarem suas estimativas de crescimento do PIB para o quarto trimestre.

    Segundo Camila Abdelmalack, economista-chefe na Veedha Investimentos, o discurso de Powell, apesar de ser parecido com o da véspera, tem efeito no mercado porque é uma visão ainda “recente” do Fed, já que parte do mercado esperava uma mudança de postura após as incertezas ligadas ao potencial efeito da Ômicron na economia.

    Discurso de ontem

    O chair do Fed disse na última terça-feira (30) que o Bacen norte-americano provavelmente discutirá a aceleração da redução de suas compras de títulos em sua próxima reunião de política monetária, em meio à força da economia e a expectativas de que a inflação elevada persistirá até meados do próximo ano.

    “Neste ponto a economia está muito forte e as pressões inflacionárias estão altas e, portanto, é apropriado, a meu ver, considerar encerrar a redução das nossas compras de ativos — que anunciamos de fato na reunião de novembro – talvez alguns meses mais cedo, e espero discutir isso em nossa próxima reunião, em duas semanas”, disse o presidente em audiência ao Comitê Bancário do Senado dos EUA.

    As compras mensais de títulos foram uma maneira de o Fed estimular a economia norte-americana por conta da pandemia, e sua retirada deve afetar a liquidez dos mercados globais, impactando os ativos de risco, como as ações.

    “[Contudo], ninguém fica feliz quando a inflação está em 4% ou 5%, [ainda mais] quando nossa meta é 2%”, disse o vice-chair do Fed, Richard Clarida, durante conversa com a presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester.

    A inflação dos preços ao consumidor nos Estados Unidos subiu novamente em outubro, para 6,2%, e já acumula em 12 meses a maior alta desde novembro de 1990.

    Commodity e viagens

    Com a notícia do novo caso nos EUA. O preço do petróleo escorregou e, por volta das 18h, trabalhava no negativo. O WTI caia X%, a US$, enquanto o Brent tinha queda de X%, a US$ X. Esse movimento ocorre por conta dos sinais de a Ômicron pode reduzir a demanda de combustível para aviões, já que diversos países estão suspendendo viagens internacionais.

    Passageiros de aviões destinados aos Estados Unidos enfrentarão regras de exames de Covid-19 mais rigorosas e mais países endurecem o controle das fronteiras em meio à incerteza a respeito da variante Ômicron do coronavírus e de sua capacidade de driblar a proteção das vacinas.

    A OMS (Organização Mundial da Saúde) disse que “restrições de viagem generalizadas não impedirão a disseminação internacional e impõem um fardo pesado sobre vidas e meios de sustento”, mas também aconselhou pessoas indispostas, em risco, de 60 anos ou mais e que não se vacinaram a adiarem viagens.

    OPEP

    De todo modo, a Opep e seus aliados começam dois dias de reuniões hoje para decidir se liberam mais petróleo no mercado ou restringem o fornecimento em meio a uma queda do preço e temores de que a variante do coronavírus Ômicron possa enfraquecer a demanda global por energia.

    Os preços da commodity caíram para perto de US$ 70 o barril na terça-feira, ante US$ 86 em outubro, registrando sua maior queda mensal desde o início da pandemia, no momento em que a nova variante levantou temores de um excesso de oferta.

    Em novembro, o Brent caiu 16,4%, enquanto o WTI caiu 20,8%, a maior queda mensal desde março de 2020.

    “A ameaça à demanda de petróleo é genuína”, disse Louise Dickson, analista sênior de mercados de petróleo da Rystad Energy. “Outra onda de lockdowns pode resultar em uma perda de demanda de petróleo de até 3 milhões de barris por dia no primeiro trimestre de 2022.”

    *Com Reuters e informações de Jacqueline Howard, Kaitlan Collins e Betsy Kleinda, da CNN

     

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