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    BC do Japão discutiu novos aumentos de juros em reunião de julho, mostra resumo

    Um membro do conselho de política monetária disse que o banco central japonês deveria eventualmente aumentar sua taxa para cerca de 1% ou mais

    Reuters

    As autoridades do Banco do Japão, ao decidirem por um aumento de juros no mês passado, discutiram novas elevações no futuro, mostrou um resumo da discussão nesta quinta-feira (8), o que levou a uma mudança de tom que contribuiu para a turbulência nos mercados globais.

    Um membro do conselho de política monetária disse que o banco central japonês deveria eventualmente aumentar sua taxa para cerca de 1% ou mais, de acordo com o resumo das opiniões, a primeira vez que uma autoridade especificou um possível ponto final do patamar de elevação.

    Na ação surpreendente de 31 de julho, o banco central japonês elevou sua taxa de curto prazo para 0,25%, a mais alta em 15 anos, de uma faixa de zero a 0,1%, e divulgou um plano para reduzir sua enorme compra de ativos, em uma mudança marcante de um programa de estímulo de uma década.

    O aumento de julho e os comentários subsequentes do presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, sinalizando a chance de novos aumentos — junto de indicações de que o Federal Reserve está se preparando para cortar os juros nos Estados Unidos — causaram uma recuperação do iene e contribuíram para a volatilidade dos mercados globais.

    O conselho de nove membros do Banco do Japão debateu o risco de que o aumento dos custos de importação e as altas constantes dos salários pudessem elevar a inflação mais do que o esperado, segundo o resumo, destacando um sentimento crescente no conselho de que poderiam ser necessários mais aumentos nos juros.

    “O Banco do Japão deve prosseguir com o ajuste adicional do grau de acomodação monetária, conforme apropriado”, mesmo após o aumento de julho, se as empresas continuarem elevando os preços, salários e gastos de capital, disse um membro.

    Essas discussões, que, segundo agentes financeiros, foram mais “hawkish” (mais rigoroso com a inflação) do que o esperado, provavelmente estiveram por trás dos comentários de Ueda que movimentaram os mercados.

    A turbulência que se seguiu levou a comentários do vice-presidente do Banco do Japão, Shinichi Uchida, na quarta-feira, minimizando a chance de um aumento dos juros no curto prazo.

    Nesta quinta-feira, o ministro das Finanças do Japão, Shunichi Suzuki, não quis comentar as falas de Uchida, dizendo em uma coletiva de imprensa que as especificidades da política monetária são decididas pelo banco central.

    Na reunião de julho, alguns membros do BC japonês ainda alertaram contra o aumento dos juros muito cedo, dizendo que a normalização da política monetária “não deve ser um fim em si mesma”, com dados recentes mostrando sinais fracos no consumo. Dois membros do conselho votaram contra a alta dos juros em julho.

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