Após Ômicron tombar bolsas globais, especialistas apontam como gerenciar a carteira
Diversificação, commodities e ações no exterior são as principais recomendações
O mercado doméstico passou os últimos dias com os olhos vidrados na Ômicron, a nova variante do coronavírus que surgiu na África do Sul. Diversos setores relacionados ao turismo acabaram por protagonizar baixas, movimento semelhante ao que ocorreu no começo de 2020, quando começou a batalha global contra a Covid-19.
Para se proteger dos prováveis impactos da Ômicron e das futuras incertezas na economia, os analistas acreditam que os investidores devem agarrar a estratégia de um portfólio mais diversificado.
“A melhor saída deve ser manter seu foco inicial, porém, realocar seus aportes em setores mais defensivos, como empresas que tenham maior presença online e sejam exportadoras de commodities”, diz Felipe Vella, analista técnico da Ativa Investimentos.
“Para se proteger da variante é recomendável ter pouca exposição a empresas que dependam do público fisicamente”.
Mario Mariante, analista chefe da Planner Corretora, acredita que uma segunda saída para fugir do risco é mesclar os investimentos em ações no exterior, “principalmente nas bolsas de Nova York”. Para ele, ativos como dólar e ouro “ganham espaço em momentos de tensão”.
Mariante afirma ainda que empresas pagadoras de dividendos também são uma oportunidade neste momento. De acordo com a carteira recomendada do CNN Brasil Business, que compilou as recomendações de 12 corretoras, a Taesa é a companhia melhor indicada para dezembro, se investidores quiserem focar nos dividendos.
Ainda há esperanças
As últimas notícias sobre a nova variante aliviaram as tensões dos mercados. O diretor-adjunto da OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde), Jarbas Barbosa, afirmou que “muito provavelmente” as vacinas vão conseguir atuar contra a variante Ômicron do coronavírus.
A farmacêutica britânica GSK também divulgou ontem que seu medicamento contra a Covid-19, baseado em anticorpos, é eficaz contra todas as mutações da nova variante do coronavírus.
“Se confirmado o baixo risco da variante, os investidores devem olhar ações de boas empresas que caíram junto com o mercado”, diz Mariante.
O mercado acredita que as companhias de turismo devem se recuperar com os anúncios.
Dessa forma, Phil Soares, chefe de análise de ações na Órama, segue com a mesma estratégia de antes da Ômicron: apostar em setores expostos à reabertura da economia, como shopping centers, empresas de consumo e setor aéreo.
Até o momento, existem seis casos confirmados no Brasil.
*Com Reuters