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    Mercado pode virar com demora em PEC Emergencial e em votação do Orçamento

    "São pontos críticos e imediatos", avalia economista da Guide Investimentos

    Prédio do Ministério da Economia, em Brasília
    Prédio do Ministério da Economia, em Brasília Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

    José de Castro, da Reuters

    Há o risco de uma “virada forte” nos mercados para o lado negativo caso a PEC Emergencial não seja aprovada e a votação do Orçamento sofra novo atraso neste primeiro trimestre, num contexto já de preocupação com a pandemia e de demora para início da vacinação no Brasil, avaliou Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos.

    “São pontos críticos e imediatos. Qualquer um desses pontos que não decorrer no mínimo necessário para o Brasil voltar à normalidade em meados deste ano, conseguir segurar algum tipo de atratividade para o investimento externo, podemos ver uma reviravolta, uma correção bastante forte no mercado. Acho que existe uma grande chance”, afirmou o economista.

    O Ibovespa sobe 4,2% em 2021, batendo sucessivos recordes, enquanto o real poderia, nesse contexto, aprofundar a desvalorização para além dos atuais 3,1%.

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    Beyruti chamou atenção para a necessidade do início da vacinação contra a Covid-19, que segue atrasado em meio a críticas ao Ministério da Saúde pela condução da pandemia.

    “Acho que o primeiro passo, invariavelmente, tem que ser a vacina. Estamos vivendo um período de bastante incerteza em relação a esse ponto, e esse ponto é a estaca zero para gente ter previsibilidade para a economia brasileira em 2021”, disse o economista.

    No cenário-base da Guide, a economia doméstica cresce 3% neste ano, depois de uma queda estimada de 4,6% em 2020. O dólar cairá a 4,80 reais ao fim do ano, ante o patamar atual de 5,35 reais.

    “Para 2021, seguimos esperando um câmbio volátil, mesmo que a níveis mais baixos do que o que foi verificado neste ano que passou”, disse a Guide em relatório de perspectivas para 2021.

    A Guide estima ainda que o Ibovespa fechará o ano aos 135 mil pontos, cerca de 11 mil pontos acima do patamar atual, num cenário de commodities em alta, estímulos globais e juros ainda baixos.

    Mas fatores de ordem fiscal “podem acender o sinal de alerta para o mercado, resultando na inclinação da curva de juros… Esse cenário pode impactar imediatamente setores como energia, saneamento e construção civil, ao passo que traz também riscos futuros para outros setores que são diretamente ligados a decisão de investir ou consumir”, disse a Guide.