Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Mercado já espera que regime fiscal mude, só não sabe o quanto, diz economista

    "Mercado já entendeu que estamos passando por uma alteração no regime fiscal", disse Gabriel Barros, da RPS Capital, à CNN

    Produzido por Layane Serranoda CNN

    Em São Paulo

    Em entrevista à CNN nesta segunda-feira (25), o sócio e economista-chefe da RPS Capital, Gabriel Barros, falou sobre as expectativas para o mercado financeiro nesta semana, após dias marcados pelos impactos da intenção do governo de furar o teto de gastos.

    De acordo com o economista, o furo do teto já está precificado pelo mercado, mas o que pode mudar o cenário é o tamanho do furo. “O mercado já entendeu que estamos passando por uma alteração no regime fiscal, no fundo é isso”, disse Barros.

    “É diferente do que o governo vinha sinalizando, de que não alteraria o regime fiscal que nós temos. A decisão foi tomada, haverá uma mudança do arcabouço fiscal, o que o mercado não precificou é o tamanho do furo, se vai ser maior ou se vai ficar nesse furo de aproximadamente R$ 30, R$ 35 bilhões.”

    Na semana passada, quatro secretários do Ministério da Economia pediram demissão, entre eles Bruno Funchal, secretário do Tesouro e Orçamento, e Jeferson Bittencourt, secretário do Tesouro Nacional. Apesar de o motivo alegado ter sido “questões pessoais”, a motivação teria sido a discordância sobre o valor de R$ 400 do Auxílio Brasil e a fonte de custeio.

    O ministro da Economia, Paulo Guedes, declarou ainda que considerava alocar R$ 30 bilhões fora do teto para bancar os R$ 400 do novo auxílio.

    “Existe uma incerteza grande porque está para ser votada a PEC dos Precatórios na Câmara dos Deputados e o mercado fica apreensivo para saber se haverá, de fato, um aumento do valor do benefício”, explicou Barros.

    O texto da PEC, aprovado por comissão especial na semana passada, abre espaço para o programa social à medida que parcela as dívidas da União em sentenças judiciais, além de mudar o índice de correção do teto de gastos.

    O economista afirmou ainda que o mercado reagiria diferente ao furo no teto, caso reformas avançassem no Congresso, como a administrativa.

    “As reformas são muito importantes para o Brasil e a ideia do país tocar uma agenda de reformas é para aumentar a renda dos habitantes. Ela não é por si só uma agenda ideológica. A experiência internacional mostra que fazer reforma é bom se queremos sair de uma renda média.”

    No domingo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a reforma administrativa poderia ajudar a bancar o Auxílio Brasil.