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    Ibovespa fecha em alta, mas com Americanas e receio fiscal no radar; dólar sobe a R$ 5,16

    Investidores também acompanharam declaração de autoridades sobre salário mínimo; enquanto moeda norte-americana intensificou valorização após fala de Lula

    Reuters

    O Ibovespa fechou em alta de 0,71% nesta quarta-feira (18), aos 112.227,36 pontos, marcando o segundo pregão seguido de valorização, enquanto Americanas caiu mais de 8%, ampliando para mais de 85% a perda desde a eclosão do escândalo contábil.

    Preocupações com o cenário fiscal brasileiro, em meio a noticiário envolvendo o Imposto de Renda e o salário mínimo, reduziram o fôlego na bolsa paulista, assim como também pesou a trajetória negativa em Wall Street.

    Após um começo de ano mais tenso, o Ibovespa já trabalha com desempenho positivo em 2023, o que muitos agentes financeiros atribuem ao fluxo positivo de capital externo – positivo em cerca de R$ 3 bilhões – no mercado secundário neste ano.

    O dólar fechou em alta de 1,11% nesta quarta-feira, cotado a R$ 5,161, após abrir o dia em baixa e inverter sinais no início da tarde, em movimento que ocorreu junto com declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outras autoridades sobre o salário mínimo.

    Lula assinou, nesta quarta-feira, durante encontro com as centrais sindicais, um despacho determinando que os Ministérios do Trabalho e da Previdência, entre outros, apresentem em 45 dias uma proposta para uma política de valorização do salário mínimo.

    Luiz Marinho, ministro do Trabalho, disse que o grupo também vai debater sobre o novo valor do mínimo.

    Sérgio Vale, economista da MB Associados, disse à Reuters que há “uma sinalização de que o salário mínimo vai subir mais do que estava estipulado este ano”.

    Na véspera, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo vai definir o valor do mínimo deste ano a partir de uma negociação com as centrais, mas indicou que a viabilidade de um valor acima dos 1.302 reais já em vigor dependerá do cálculo do número de beneficiários do INSS, uma vez que uma parcela grande dos pagamentos previdenciários são indexados ao mínimo.

    “Será mais uma derrota política de Haddad sobre a qual ele não terá muito o que fazer. Esse é o grande risco. Há uma pressão enorme por gastos reprimidos nos últimos anos e isso vai colocar pressão no fiscal durante todo o governo”, acrescentou Vale.

    *Texto publicado por Ligia Tuon e Ana Carolina Nunes