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    Mercado está cético com agenda econômica de Lula, diz especialista

    Em entrevista à CNN, o economista-chefe da Ryo Asset, Gabriel de Barros, avaliou que investidores estão perdendo "benefício da dúvida" quanto à postura econômica do governo eleito

    Tamara NassifIsabella Galvãoda CNN

    em São Paulo

    Em entrevista à CNN Brasil, o economista-chefe da Ryo Asset, Gabriel de Barros, avaliou que o mercado brasileiro está se tornando cada vez mais cético quanto à agenda econômica do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), cuja resistência ao teto de gastos na última quinta-feira (10) resultou em uma queda de 3,35% na Bolsa ao final do pregão.

    “O mercado está cético e dizendo que não vai dar o benefício da dúvida se não for apresentado um plano factível de consolidação fiscal”, disse ele ao Live CNN Brasil no fim da manhã desta sexta-feira (11).

    “Temos uma discussão de waver fiscal que começou com R$ 70 bilhões, foi para R$ 100 bi, caminhou para R$ 150 bi, já estão falando em R$ 175 bi e pode facilmente chegar a R$ 200 bi, enquanto não há uma nomeação de ministro da Fazenda. O mercado está muito apreensivo em torno da agenda fiscal do novo governo e, ainda que isso não seja definitivo, isso gerou um ruído de confiança.”

    Segundo o economista, o mercado aceitaria sem grandes danos uma “licença para gastar” de até R$ 100 bilhões.

    “Ele tem sinalizado que, até R$ 100 bilhões em uma PEC temporária, estaria ok. Não dá para atender a todas essas demandas com esse valor, certamente o novo governo precisaria escolher prioridades, mas essa quantia atenderia de forma emergencial às questões mais urgentes, como o Auxílio Brasil, Farmácia Popular, reajuste do salário mínimo”, avaliou ele.

    Gabriel de Barros ainda comentou que, se não fosse pelo discurso de Lula na quinta-feira, a Bolsa muito provavelmente estaria seguindo o otimismo registrado nos mercados internacionais, que reagiram positivamente aos dados de inflação ao consumidor dos Estados Unidos e ao afrouxamento de medidas restritivas à Covid-19 na China.

    Apesar do movimento visto na quinta, porém, os mercados internacionais enfrentam perspectivas duras quanto aos próximos meses, à medida que a guerra na Ucrânia, seguida do choque da pandemia, baqueou as principais economias do mundo, inclusive grandes parceiros comerciais do Brasil

    Diante disso, o economista diz que o “governo não pode errar e queimar a largada na economia”.

    Confira a entrevista na íntegra no vídeo acima.