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    Mercado ainda se divide sobre próximas altas na taxa Selic, aponta pesquisa

    Levantamento exclusivo para a CNN aponta que reunião de maio do Copom é principal ponto de divisão

    Mediana das expectativas do mercado para Selic ao fim de 2022 passou para 12,25%
    Mediana das expectativas do mercado para Selic ao fim de 2022 passou para 12,25% Getty Images/Jorg Greuel

    João Pedro Malardo CNN Brasil Business em São Paulo

    Um levantamento da corretora BGC Liquidez obtido com exclusividade pelo CNN Brasil Business aponta que a maioria do mercado espera uma alta de 1,5 ponto percentual da taxa Selic nesta semana, mas ainda se divide sobre as próximas reuniões do Copom no primeiro semestre de 2022.

    O Comitê de Política Monetária (Copom) decide na próxima quarta-feira (2) o patamar da taxa básica de juros, com 95% dos entrevistados esperando uma alta que levaria a Selic a 10,75%, atingindo os dois dígitos depois de cinco anos.

    O levantamento foi realizado na segunda-feira (31) com 234 gestores de fundos, investidores de bancos, economistas e estrategistas de instituições financeiras.

    Quando perguntados sobre o que o Copom “deveria” fazer, a parcela de respostas para a alta de 1,5 ponto percentual é menor, de 80%, com um número maior de entrevistados em relação ao levantamento anterior, cerca de 10%, afirmando que a alta deveria ser de 1 p.p.

    A pesquisa aponta uma divisão entre os entrevistados sobre a sinalização do Copom em seu comunicado para as próximas reuniões.

    Para 40%, o texto deve sinalizar uma futura desaceleração explicitamente, enquanto 30% esperam a manutenção de trechos sem alteração, com uma “tentativa de ser neutro”.

    Já 25% dos entrevistados esperam um abandono de qualquer sinalização sobre o ritmo de alta, enquanto 5% esperam que ele suba a barra para uma desaceleração. Entre os economistas, 40% esperam o abandono de sinalização, enquanto 44% dos investidores esperam uma sinalização explícita de desaceleração futura.

    Com isso, 64% dos entrevistados afirmam que o Copom não deve sinalizar nada sobre o fim do ciclo, ou seja, em qual patamar a Selic vai parar de subir, enquanto que para 36% deverá haver uma sinalização de que o fim do ciclo de alta está próximo.

    Para as reuniões futuras do Copom no primeiro semestre de 2022, o mercado ainda apresenta sinais de divisão.

    Na reunião de março, 57% esperam uma alta de 1 ponto percentual, enquanto 28% esperam alta de 1,5 p.p.. A divisão é maior na de maio, com 41% esperando alta de 0,5 p.p., 29% uma manutenção da taxa, 12% uma alta de 1 p.p. e 9% de 0,75 p.p.

    Em junho, 76% esperam que a Selic não seja alterada, com 11% projetando alta de 0,5 p.p. e 8%, de 0,25 p.p.. A maioria dos entrevistados espera que a taxa não seja alterada nas reuniões de agosto (94%), setembro (95%), outubro (89%) e dezembro (71%).

    Entre a reunião do Copom de dezembro de 2021 e a atual, o mercado passou a projetar uma Selic maior no final de 2022. A mediana passou de 11,75% para 12,25%, conforme os entrevistados reduziram as projeções para uma taxa menor que esse patamar.

    Entretanto, a previsão ainda não é consensual, com 25% indicando 12,25%, 21%, 11,75% e 11%, 12,50%.