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    Mercado abre a semana de olho em decisão do Copom no Brasil e juros nos EUA

    Postura dura do banco central americano vem afetando bolsa local; Copom deve elevar taxa de juros em 1,5 ponto percentual

    Priscila Yazbekda CNN Em São Paulo

    Os mercados abriram a semana de olho nas expectativas sobre juros nos Estados Unidos e na decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) para a Selic, a taxa básica de juros.

    No exterior, os índices futuros americanos operam em queda, reforçando a expectativa de que os índices devem fechar o mês em baixa. O S&P 500 se encaminha para registrar a pior queda em janeiro em toda a história. A postura mais dura do banco central americano, o Federal Reserve System (FED), vem afetando a bolsa local.

    Investidores passaram a precificar cinco altas de juros nos Estados Unidos este ano, chegando a 1,25%. Segundo analistas do Bank of America (BofA), porém, os mercados podem estar subestimando os aumentos do FED, como nos últimos ciclos de alta de juros, e esperam até sete elevações.

    O destaque da semana nos Estados Unidos fica ainda por conta do relatório de emprego do Payroll, que deve sair na sexta-feira (4). Analistas projetam dados fracos por conta da variante Ômicron, com criação de 155 mil vagas em janeiro.

    O temor de que uma invasão da Rússia à Ucrânia corte o fornecimento de gás para a Europa também continuam pesando sobre o mercado. Nesta manhã, o petróleo chegou a superar a marca de US$ 91.

    Na Europa, os índices sobem. Os dados do PIB da zona do Euro foram divulgados pela manhã, com desaceleração de 0,3% no quatro trimestre, em linha com o que já era esperado. Os juros do Reino Unido devem ter alta essa semana, justamente com o petróleo pressionando a inflação.

    Na Ásia, os índices também subiram. As bolsas da China estão fechadas por conta do ano novo chinês, mas o PMI industrial do país caiu abaixo de 50, indicando uma retração.

    Brasil

    No mercado interno, as atenções se voltam à decisão do Comitê de Política Monetária, o Copom. Com a alta da inflação, a expectativa praticamente unânime é de que a Selic subirá 1,5 ponto percentual para 10,75%, o que poderá ser o maior patamar desde março de 2017. A dúvida fica por conta do que o Banco Central (BC) irá sinalizar para a reunião de março, que deve deixar o mercado de olho nas entrelinhas do comunicado.

    A alta dos juros, junto com a rotação de ações no mercado global, tem atraído recursos estrangeiros para o mercado. Com isso, o dólar chegou ao menor patamar em quatro meses e a bolsa caminha para fechar o mês em alta de mais de 6%.

    Nesta semana, começa a temporada de resultados do quarto trimestre de 2021, com os balanços do Santander e da Cielo. Outro destaque é a volta do recesso parlamentar, marcada para terça-feira (1º). A PEC dos Combustíveis deve ser a pauta prioritária e analistas acreditam que a pressão por pautas populistas pode pesar sobre a bolsa por conta do ano eleitoral.

    Agenda do dia

    O mercado elevou a previsão de inflação de 5,15% para 5,38% neste ano, e de 3,4% para 3,5% em 2023, segundo Boletim Focus. O PIB subiu para 0,3% este ano, mas caiu para 1,55% no ano que vem. Já a taxa Selic foi mantida em 11,75% para 2021 e 8% no ano seguinte.

    O Caged também saiu nesta manhã. O saldo de vagas formais, com carteira assinada, ficou negativo, em mais de 265 mil em dezembro, mas fechou 2021 com balanço positivo, após a criação de 2,7 milhões de postos. Os analistas, porém, dizem que o resultado de dezembro ficou abaixo do esperado pelo mercado, que aguardava um fechamento de cerca de 165 mil vagas no último mês de 2021.