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    Medo de lidar com dinheiro? Saiba se você sofre de “fobia financeira”

    Condição pode dificultar conquistas pessoais e levar ao superendividamento

    Mais do que apenas o medo, a ideia de ter que lidar com essas questões faz com que pessoa trave e não consiga se organizar financeiramente
    Mais do que apenas o medo, a ideia de ter que lidar com essas questões faz com que pessoa trave e não consiga se organizar financeiramente Jeshoots/ Unsplash

    Luiza Palermoda CNN*

    São Paulo

    Se preocupar com a vida financeira deveria ser parte normal do cotidiano das pessoas. No entanto, para muitas pessoas, abrir o extrato bancário por medo ou organizar as contas causa desconforto até mesmo físico, como taquicardia, ansiedade e insônia.

    Para quem se descontrola quando o assunto são finanças pessoais, pode ser um sinal para ficar atento sobre o que é conhecido em economia comportamental como “fobia financeira”.

    O que é a fobia financeira 

    Em primeiro lugar, a especialista em educação financeira, Simone Sgarbi, explica que uma fobia é um tipo de transtorno de ansiedade que, normalmente, é caracterizado pelo medo irracional de uma situação.

    “O que a pessoa sente é desproporcional à circunstância em si”, afirma.

    A fobia financeira nada mais é que um pavor excessivo sobre assuntos relacionados a finanças, contas e dívidas.

    Mais do que apenas o medo de dinheiro, a ideia de ter que lidar com essas questões faz com que pessoa trave e não consiga se organizar financeiramente.

    Segundo a especialista em educação financeira, alguns dos sinais da fobia financeira são:

    • Preocupação excessiva 
    • Fixação nos problemas 
    • Irritabilidade 
    • Dificuldades para dormir 
    • Medo de perder o controle 
    • Evitar olhar o extrato bancário ou as faturas do cartão de crédito 
    • Ser muito avarento ou muito descontrolado e se sentir extremamente incomodado quando surge o assunto dinheiro, chegando a mudar de assunto ou até mesmo saindo do lugar. 

    Consequências da fobia financeira

    Para Simone Sgarbi, essa fobia afeta diretamente no dia a dia de um indivíduo, que não consegue transformar seus sonhos, por exemplo, em metas claras para atingi-las, pois de alguma maneira isso envolve encarar seus números bancários.

    “Outra consequência é o descontrole financeiro, em que a pessoa não sabe ao certo quanto tem nem para onde está indo todo o dinheiro que ganha, o que acaba fazendo com que o seu maior medo vire realidade, que é o lidar com o dinheiro virar um ‘bicho-papão’”, completa a especialista.

    Como superar a fobia financeira

    A educadora financeira explica que existem duas ferramentas bem eficazes para superar a fobia financeira. A primeira opção seria pela “terapia de exposição” e a segunda pela “terapia cognitivo comportamental”.

    Na terapia de exposição, que é exatamente se expor ao que lhe causa fobia, o acompanhamento de um planejador financeiro pode ajudar a pessoa se sentir mais segura nesse processo.

    Já na terapia cognitivo comportamental, que é uma abordagem de tratamento psicológico baseada na ideia de que pensamentos, emoções, sensações corporais e comportamentos são conectados, e, se mudarmos umas dessas condições, podemos alterar as demais, explica Sgarbi.

    O acompanhamento de um terapeuta com conhecimento em psicologia econômica pode acelerar o processo.

    A especialista ainda destaca a importância de não criar ambientes de “dinheirofobia” dentro das famílias e sempre buscar falar do assunto dinheiro da forma mais natural possível.

    “Esse é um jeito de evitar criar novas fobias em quem ainda não tem, mas caso você já tenha essa fobia é importante sim procurar atendimento e resolver isso o quanto antes”, afirma Simone Sgarbi.

    *Sob supervisão de Ana Carolina Nunes