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    Medidas de expansão fiscal prejudicam desempenho do real, diz economista

    Para Caio Megale, próximo governo deve retomar discussão sobre pertinência dos gastos fiscais

    Isabella Galvãoda CNN*

    em São Paulo

    A pressão orçamentária causada pela ampliação de medidas de ajuda social até o final deste ano limita o desempenho do real em relação a outras moedas, disse o economista-chefe da XP, Caio Megale, em entrevista à CNN nesta segunda-feira (25).

    “O desempenho do real foi um dos mais negativos nos últimos dois meses, isso está ligado no fato de que as medidas de expansão fiscal contribuíram para diluir o efeito do arcabouço fiscal que nós temos, o Brasil é um país muito endividado que tem déficits fiscais recorrentes. A pressão de gastos é crescente e cada vez que mexemos no teto de gastos, traz essa incerteza para frente, que gera reflexos no mercado financeiro”, afirmou.

    O economista também comentou as projeções do mercado financeiro para o PIB (Produto Interno Bruto) e para a inflação no Brasil, divulgadas mais cedo no Boletim Focus.

    Para ele, o PIB tem dado sinais de resiliência por conta da “reabertura bem-sucedida da economia” e da “alta no preço das commodities”. Sobre inflação, ele lembra que as perspectivas de baixas vêm de medidas de desoneração implementadas pelo governo.

    “O Banco Central deve continuar subindo a taxa de juros e vai ter que manter essa taxa em um nível elevado para garantir que a inflação caia mais. Vamos passar o ano com a atividade econômica melhor, o emprego melhor também, mas com inflação ainda pressionada e a taxa de câmbio ainda volátil, em parte, refletindo o risco fiscal gerado pelas medidas expansionistas recentes”.

    Nesta segunda-feira, a projeção do mercado financeiro para a inflação de 2022 recuou pela quarta vez seguida, de 7,54% para 7,30%, de acordo com dados do Boletim Focus do Banco Central (BC). Para 2023, a expectativa para a inflação é de avanço de 5,2% para 5,3%. É a 16ª alta semanal consecutiva na mediana das previsões para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).

    Já sobre as expectativas de crescimento, os analistas melhoraram a expectativa para 1,93%, ante 1,75% na semana passada e 1,5% há um mês. O número se aproxima da alta de 2% esperada pela equipe econômica do governo federal para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. Para o ano que vem, a estimativa caiu levemente para 0,49%, número próximo aos 0,5% projetadas nas últimas 4 semanas.

    *Sob supervisão de Elis Franco, da CNN

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