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    Massa salarial do trabalhador brasileiro é a maior da história, aponta Pnad

    Migração para o trabalho formal e alta do salário mínimo acima da inflação contribuíram para esse cenário

    Rendimento real habitual do trimestre encerrado em agosto ficou estável na comparação com o trimestre encerrado em maio, e foi de R$ 2.947
    Rendimento real habitual do trimestre encerrado em agosto ficou estável na comparação com o trimestre encerrado em maio, e foi de R$ 2.947 Getty Images

    Diego Mendesda CNN

    São Paulo

    massa salarial do trabalhador brasileiro, divulgada nesta sexta-feira (29) na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), foi a maior da história.

    Segundo os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a massa salarial real efetiva avançou 0,6%, impulsionada pela expansão do emprego associada ao aumento do rendimento médio (+0,5% na variação mês contra mês, com ajuste sazonal).

    Segundo análise macroeconômica do Banco Itaú, os números continuaram a demonstrar a resiliência do mercado de trabalho, com expansão no segmento formal, apesar de ligeira queda no emprego informal.

    “Depois de ficarem estáveis em julho, os salários reais efetivos avançaram no mês. Mantemos nossa expectativa de que a taxa de desemprego encerre o ano em 8,0%.”

    O rendimento real habitual do trimestre encerrado em agosto ficou estável na comparação com o trimestre encerrado em maio, e foi de R$ 2.947. No ano, esse valor significa um crescimento de 4,6%.

    A massa de rendimento real habitual, por sua vez, chegou a R$ 288,9 bilhões e bateu recorde da série histórica, crescendo 2,4% frente ao trimestre anterior e 5,5% na comparação anual.

    Na visão do economista da LCA Consultores, Bruno Imaizumi, desde o começo do ano, o rendimento médio do trabalhador tem permanecido em uma média bem próxima do que tinha antes da pandemia, já descontando a inflação.

    Para ele, o que tem se observado nos últimos meses de divulgação é um comportamento mais benigno da ocupação, ou seja, tem mais gente ocupada e, principalmente, na questão da normalização do mercado de trabalho — que é a migração de postos informais para postos formais.

    “A gente sabe que posições formais, em média, tendem a ser mais bem remuneradas e os rendimentos tendem a ser menos voláteis do que as posições informais”, explica o economista.

    Aumento da ocupação

    O que chama a atenção, de acordo com Imaizumi, é essa força da ocupação, um comportamento que mostra uma população mais empregada. “Esse cenário tem realmente mantido a massa de renda real em níveis elevados, o que ajuda a sustentar consumo”, observa.

    Além disso, destaca que os números não resultam apenas do conceito de massa de renda obtida via salário do trabalho, mas também tem dados do INSS e transferências governamentais.

    “Houve esse comportamento mais robusto esse ano. O aumento do salário mínimo acima da inflação também contribui para isso, pois ele é um balizador para essas outras transferências.”

    Imaizumi conclui que tudo isso ajuda no cenário de massa de renda elevada e sustentar essa questão de consumo de bens e serviços — principalmente serviços nesses últimos meses, devido à substituição de preferências.

    Veja mais: Taxa de desemprego cai para 7,8% em agosto