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    Marca de móveis de luxo Breton compensa emissões e se torna “carbono negativo”

    Rede se junta a uma lista crescente de grandes empresas presentes no Brasil que também caminham para compensar suas emissões de gases do efeito estufa

    Espaço criado com artigos da marca de móveis Breton
    Espaço criado com artigos da marca de móveis Breton Facebook/Divulgação

    Juliana Eliasda CNN

    São Paulo

    Quando a marca brasileira de móveis de alto luxo Breton terminou o inventário de 2022 do total de carbono emitido por suas principais operações e o volume que seus projetos de sustentabilidade captaram da atmosfera, teve uma surpresa: a empresa tinha se tornado “carbono negativo”.

    Ou seja, a rede já retirou da atmosfera um volume maior de carbono do que a quantidade que emite. É a primeira de seu setor a conseguir o feito no Brasil, de acordo com a empresa.

    “Começamos oficialmente com o nosso programa de sustentabilidade em 2016”, conta a diretora de gestão e ESG da Breton, Fabiana Ferbebaum.

    Batizado de Eco Breton, o programa de compensação das emissões consiste, desde então, em plantar uma árvore para cada pedido recebido por suas lojas, sejam as próprias, as franqueadas ou a loja online. Os plantios são feitos pela ONG parceira SOS Mata Atlântica.

    “Junto a uma consultoria, que fez o levantamento das nossas emissões, vimos que em 2020 nos tornamos ‘carbono neutro’, e, em 2022, viramos ‘carbono negativo’. Ou seja, a gente já emite menos do que devolve, e devolvemos isso com o plantio de árvores”, disse Ferbebaum.

    A avaliação das emissões foi realizada com a colaboração da Fundação Getulio Vargas (FGV) e o instituto de projetos ambientais WRI.

    Só pelo projeto de neutralização das emissões, a Breton e a SOS Mata Atlântica plantaram 9.832 árvores, correspondentes a pouco mais de 1.600 toneladas de CO².

    Elas compensam as emissões das operações da marca que vão desde o consumo de energia ou de água na produção dos móveis até os combustíveis queimados por sua frota, e até mesmo no deslocamento de seus funcionários para ir e voltar do trabalho.

    “Pensamos que a expectativa nossa, hoje, como consumidores, é de que qualquer coisa que consumimos siga padrões ambientais e estejam preservando o planeta, e é o que a nossa empresa quer fazer”, diz o atual CEO da empresa de 55 anos, André Rivkind.

    “Uma empresa ser sustentável, hoje, se comprara, mais ou menos, com o que aconteceu com o inglês no currículo. Antes, ter inglês era uma vantagem, hoje, se não tiver, a pessoa já tá fora do processo para determinadas vagas. Uma empresa ser sustentável é o básico, não um diferencial.”

    Tendência

    Com fábrica própria, 21 lojas no Brasil, a primeira sendo aberta no exterior, em Dubai, e com linhas de mobiliário que promovem designers brasileiros, a Breton se junta a uma lista crescente de grandes empresas que também caminham para compensar suas emissões de dióxido de carbono e, com isso, fazer sua parte em reverter o crescimento da concentração de gases do efeito estufa na atmosfera e de seus efeitos sobre as mudanças climáticas.

    Bosch, Philip Morris e L’Oreal são algumas multinacionais que anunciaram recentemente terem alcançado o grau de “carbono zero” em suas operações no Brasil.

    “Com todo o nosso background em soluções tecnológicas, nos vimos como responsáveis por protagonizar a neutralidade de CO² em nosso segmento na região”, disse Alberto Abdu, gerente de sustentabilidade da Bosch América Latina.

    A fabricante alemã de tecnologias e equipamentos industriais anunciou em 2021 ter alcançado o objetivo de neutralizar as emissões de todas as suas mais de 400 instalações ao redor do mundo, se tornando uma das primeiras grandes indústrias que se tem notícia a realizar o feito.

    “Trabalhamos muito até 2019 para, finalmente, nos consolidarmos como neutros em carbono em todas as nossas operações”, continua Absu.

    “Decidimos investir amplamente em três grandes pilares: eficiência energética das nossas operações, autogeração de energia limpa e a compra de energia 100% limpa”, contou o executivo.

    No caso da Philip Morris, a filial brasileira é uma das que está à frente no projeto internacional da fabricante de cigarros, que tem como meta neutralizar as emissões de CO² de todas suas operações até 2025.

    A operação brasileira da fabricante de cigarros anunciou no ano passado que tinha conquistado a certificação de carbono neutro para a sua fábrica no país, localizada em Santa Cruz do Sul (RS).

    “O certificado de carbono neutro reforça nosso compromisso de contribuir com práticas sustentáveis, que vão ao encontro da grande transformação vivida pela companhia”, disse o especialista em sustentabilidade da Philip Morris Brasil, Mateus Guterres, à época do anúncio.

    “Além de compensar as emissões de carbono, estamos trabalhando para que elas sejam cada vez menores, pois uma das metas de nossa companhia é mitigar seu impacto ambiental.”

    Dona de marcas como Marlboro, L&M e Chesterfield, a Philip Morris, após uma grande reformulação em 2016, tem entre suas missões globais atuais, inclusive, reduzir o consumo de cigarro e substitui-lo por outros produtos sem fumaça e menos nocivos à saúde.

    Veja mais: Entenda como funciona o mercado de crédito de carbono