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    Mais consumidores dos EUA atrasam pagamentos à medida que economia se retrai, dizem bancos

    Bank of America, JPMorgan, Wells Fargo e Citigroup alertam para diminuição da força dos resultados este ano diante de expectativas de recessão e aumento da inadimplência

    Por Tatiana Bautzer, da Reuters

    Os consumidores dos Estados Unidos estão começando a atrasar o pagamento de cartões de crédito e empréstimos à medida que a economia se retrai, de acordo com executivos dos maiores bancos norte-americanos, embora os níveis de inadimplência ainda sejam modestos.

    Os resultados de Bank of America, JPMorgan, Wells Fargo e Citigroup superaram previsões de analistas impulsionados pelo aumento das taxas de juros. Mas os bancos alertam que a força dos resultados diminuirá este ano diante de expectativas de recessão e aumento da inadimplência.

    “Observamos algumas tendências de saúde financeira do consumidor enfraquecendo gradualmente em relação ao ano anterior”, disse o diretor financeiro do Wells Fargo, Mike Santomassimo, em uma conferência com analistas na sexta-feira passada quando discutiu os resultados do banco no primeiro trimestre.

    Embora inadimplência e baixas contábeis formadas por financiamentos concedidos por um banco que provavelmente não serão recuperados tenham subido lentamente como esperado, consumidores e empresas em geral permanecem fortes, disse o presidente-executivo do Wells Fargo, Charlie Scharf.

    O Wells Fargo reservou US$ 1,2 bilhão no primeiro trimestre para cobrir possíveis perdas com empréstimos.

    O Citigroup também fez provisões maiores para perdas de crédito, embora tenha gerado mais receita de pagamentos de juros de clientes em cartões de crédito.

    As taxas de inadimplência estão subindo conforme previsto, mas ainda estão abaixo dos níveis normais na carteira de empréstimos de “alta qualidade”, disse Mark Mason, diretor de finanças do Citigroup.

    “Restringimos os padrões de crédito especificamente como resultado do atual ambiente no mercado de cartões. Continuamos a calibrar nossa oferta de crédito com base nas tendências macroeconômicas”, disse Mason.

    A inadimplência provavelmente retornará aos níveis “normais” de 3% a 3,5% para cartões e 5% a 5,5% em operações de banco de varejo no início de 2024, disse Mason. O nível atual de calotes está em 2,8% para cartões e 4% em banco de varejo, de acordo com a apresentação do Citi sobre seus resultados.

    O Bank of America reservou US$ 931 milhões para perdas com crédito no trimestre, muito acima dos US$ 30 milhões do ano anterior, mas abaixo da provisão de US$ 1,1 bilhão do quarto trimestre.

    O total de baixas líquidas com crédito atingiu US$ 807 milhões, aumentando em relação ao trimestre anterior, mas ainda abaixo dos níveis pré-pandemia, disse o banco no balanço.

    “O consumidor está em grande forma em termos de qualidade de crédito sob qualquer padrão histórico. O emprego continua positivo, a renda continua boa, e não temos visto qualquer problema nessa carteira ainda”, disse o diretor financeiro do Bank of America, Alastair Borthwick, a jornalistas.

    Embora alguns dos clientes do JPMorgan começaram a atrasar pagamentos, os níveis de inadimplência ainda são modestos, disse Jeremy Barnum, diretor financeiro do maior banco dos EUA.

    “Não estamos vendo muitas coisas nessa área que possam indicar um problema”, disse o executivo.

    O JPMorgan mais que dobrou o valor que reservou para perdas com crédito no primeiro trimestre em relação ao ano anterior, para US$ 2,3 bilhões, refletindo perdas líquidas de US$ 1,1 bilhão.

    A piora das condições econômicas levará à “deterioração do crédito ao longo de 2023 e 2024, com perdas eventualmente superando os níveis pré-pandêmicos devido à recessão que se aproxima”, previram analistas do UBS liderados por Erika Najarian.

    Ainda assim, prevê-se que a inadimplência permaneça “abaixo dos picos experimentados em recessões anteriores”, disseram os analistas do UBS.