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    Zerar o déficit pressupõe aumento da arrecadação, diz presidente do Banco Central

    Governo federal tem até o dia 31 de agosto para entregar o Orçamento 2024; a promessa de Fernando Haddad é deixar o deficit primário zerado

    Diego Mendesda CNN São Paulo

    Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, disse nesta segunda-feira (28) que o mercado tem avaliado que a zerar o déficit em 2024, como proposto pelo governo federal, pressupõe em aumento da arrecadação.

    “Os economistas dizem que a zeragem [sic] do déficit pressupõe aumento da arrecadação, com a adoção de medidas que dependem da aprovação do Congresso”, disse Campos Neto.

    Ele destaca que, para alcançar esse compromisso, o governo precisa de um adicional de receita de R$ 100 bilhões. 

    O Ministério da Fazenda, a pasta deve entregar ao Congresso Nacional o Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa) de 2024 até o dia 31 de agosto.

     

    O presidente do BC ressaltou ainda que as medidas que precisam ser adotadas para alcançar essas expectativas dependem da aprovação da Câmara dos Deputados e Senado Federal.

    Campos Neto explicou que parte da desancoragem das expectativas verificada no Brasil na área fiscal é explicada pela necessidade de se elevar as receitas do governo para o cumprimento das metas.

    “O Brasil vive hoje um momento de desancoragem gêmea, onde as projeções do mercado não preveem que o governo cumprirá a meta fiscal, mas, ao mesmo tempo, não indicam inflação dentro da meta no futuro.”

    Ele comparou que a corrida por mais arrecadação em alguns países, como Argentina e Turquia, gerou uma erosão na base arrecadatória. Este cenário, segundo Campos Neto, pode trazer preocupações para o Brasil.

    “O mundo passou muito bem pela pandemia, mas ficou uma conta para pagar, e há uma resistência de muitos governos de retirar os programas permanentes”, destacou.

    Corte de juros

    Questionado sobre as ações futuras do Banco Central na questão de corte de juros e nas justificativas apresentadas na ata do Copom, Campos Neto disse que o Comitê irá focar no “conjunto da obra” para decidir o ritmo de ajuste da política monetária para além dos cortes adicionais de 0,50 ponto percentual que foram sinalizados para as próximas reuniões.

    Ele destacou que existe uma pressão “muito grande” em cima das decisões colocadas na última ata. Disse que a expectativa de inflação está rumando para 3%, ou algo em torno deste número.

    “Na parte de inflação corrente, a gente teria que ver a inversão de algumas tendências que estão acontecendo ou a aceleração, para um lado ou para o outro. Uma aceleração de tendência no caso de uma melhora dos núcleos e uma aceleração maior”, declarou. 

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