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    Yellen quer que EUA ampliem empréstimos a emergentes para combater avanço chinês

    Secretário do Tesouro norte-americano falará em comitê da Câmara nesta terça-feira (13) e planeja pedir a parlamentares maior presença financeira em países onde influência da China está crescendo

    Elisabeth Buchwaldda CNN , em Nova York

    A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, deve pedir ao Congresso que empreste mais dinheiro aos países em desenvolvimento para conter a crescente influência da China, de acordo com uma cópia do discurso que Yellen preparou e a que a CNN teve acesso.

    Além de aumentar os empréstimos para outros programas do Fundo Monetário Internacional (FMI), Yellen pretende dizer aos legisladores que o governo Biden quer aumentar o envolvimento no fundo de investimentos do setor privado do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e no Fundo Africano de Desenvolvimento.

    “Esses investimentos reforçarão nosso envolvimento nessas regiões em um momento de competição geopolítica”, Yellen pretende dizer em seu depoimento perante o Comitê de Serviços Financeiros da Câmara nesta terça-feira (13).

    Empréstimos a organizações como o FMI “servem como um contrapeso importante aos empréstimos pouco transparentes e insustentáveis de outros países, como a China”, acrescenta.

    Entre 2008 e 2021, a China gastou US$ 240 bilhões resgatando 22 países que são “quase exclusivamente” devedores no projeto de infraestrutura da Nova Rota da Seda de Xi Jinping, incluindo Argentina, Paquistão, Quênia e Turquia, de acordo com um estudo recente.

    Muitos dos países que receberam esses recursos, porém, estão lutando para pagar os empréstimos, o que poderia colocar seus cidadãos em níveis mais profundos de pobreza.

    A China pediu ao Banco Mundial e ao FMI que ajudassem a resgatar alguns dos países, mas não foi transparente sobre os termos dos empréstimos e outros detalhes.

    Yellen disse, no início deste ano, que está “muito, muito preocupada com algumas das atividades em que a China tem se envolvido globalmente – envolvendo-se com alguns países de maneiras que os deixam presos em dívidas e não promovem o desenvolvimento econômico”.

    “Estamos trabalhando muito para combater essa influência por meio de todas as instituições internacionais das quais participamos”, disse ela na época.

    Comentários de Yellen sobre o acordo do teto da dívida

    Yellen também pretende dizer aos legisladores que está “aliviada” pelo fato de o Cnogresso “tomar medidas para resolver o limite da dívida a tempo”.

    “Mas, embora tenhamos conseguido evitar um calote, os Estados Unidos mais uma vez chegaram perigosamente perto da linha. Isso não pode ser normalizado como a forma como fazemos negócios em Washington”, de acordo com o texto preparado para a sua fala.

    As negociações do teto da dívida se arrastaram por meses antes que os legisladores finalmente chegassem a um acordo para suspender o limite da dívida por dois anos.

    Essa ação de última hora “prejudica nossa liderança global e credibilidade no cenário mundial”, Yellen deve dizer aos parlamentares na terça-feira.

    A Fitch Ratings alertou que ainda está considerando rebaixar a nota de crédito dos EUA, apesar do acordo de última hora que o Congresso aprovou.

    Com Jessie Yeung, da CNN

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