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    Wall Street está acordando para os efeitos da crise climática

    Os bancos deverão, por exemplo, divulgar como enchentes e tempestades podem afetar o valor de seus portfólios imobiliários e cadeias de abastecimento

    Hanna Ziady, , do CNN Business, em Londres

    Por causa de suas aberturas às políticas ambientais, os bancos estão injetando bilhões de dólares em empresas de combustíveis fósseis. Isso pode se tornar um hábito caro, já que os reguladores passaram a restringir as regras sobre como os credores refletem os riscos relacionados ao clima em suas contas.

    O Banco Central Europeu disse na semana passada que começará a realizar avaliações “aprofundadas” de como os balanços dos bancos contabilizam os riscos climáticos em 2022.

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    Os bancos deverão, por exemplo, divulgar como enchentes e tempestades podem afetar o valor de seus portfólios imobiliários e cadeias de abastecimento de clientes, bem como levar em consideração as perdas que podem surgir se as empresas ajustarem suas operações para serem menos intensivas em carbono.

    “Garantir que os balanços dos bancos também reflitam os riscos ambientais e relacionados ao clima é um pré-requisito não apenas para a resiliência do setor bancário, mas também para a precificação precisa desses riscos”, explicou o braço de supervisão do BCE em um comunicado na quarta-feira (18), acrescentando que começará as discussões com os credores sobre a nova abordagem no início do próximo ano.

    É um grande sinal de que os reguladores financeiros não deixarão a supervisão do clima exclusivamente para os governos – e com razão.

    As grandes petroleiras BP (BP) e Shell (RDSB) dão um exemplo preventivo do que pode acontecer aos valores dos ativos como resultado de mudanças na economia relacionadas ao clima. Ambas as empresas baixaram bilhões de dólares de seus livros este ano porque a pandemia mudou a trajetória para os preços do petróleo. Como resultado, ambas estão acelerando drasticamente sua passagem para uma energia mais limpa. 

    Com isso em mente, é apenas uma questão de tempo até que os principais bancos de investimento dos Estados Unidos, que são maiores financiadores de combustíveis fósseis do que seus congêneres europeus, sejam forçados a controlar suas exposições climáticas.

    O Federal Reserve dos EUA já avisou os credores. Em um primeiro momento, abordou diretamente as implicações das mudanças climáticas para os bancos no relatório de estabilidade financeira deste mês, dizendo que uma divulgação melhor poderia melhorar a precificação dos riscos climáticos e evitar o tipo de mudanças abruptas nos preços dos ativos que causam choques no sistema financeiro.

    “Os supervisores do Federal Reserve esperam que os bancos tenham sistemas adequados para identificar, medir, controlar e monitorar todos os seus riscos materiais, que para muitos bancos provavelmente se estendem aos riscos climáticos”, disse o Fed.

    JPMorgan Chase (JPM), Wells Fargo (WFC), Citi (C) e Bank of America (BAC) estão no topo de uma lista de bancos globais que financiam empresas de combustíveis fósseis. Desde 2016, os quatro bancos investiram mais de US$ 800 bilhões em empresas dos setores de carvão, petróleo e gás, de acordo com um relatório da Rainforest Action Network, um grupo ambientalista. 

    Alguns bancos importantes recentemente prometeram alinhar o financiamento com as metas climáticas de Paris, mas os detalhes permanecem nebulosos e o tamanho de suas exposições significa que será mais fácil falar do que fazer.

    Além de prejudicar o planeta, as mudanças climáticas podem levar a grandes perdas nos bancos e ameaçam a estabilidade do sistema financeiro.

    Mais da metade dos empréstimos sindicalizados de grandes bancos norte-americanos estão em setores da economia que os tornam vulneráveis aos riscos impostos pelas mudanças climáticas, segundo a organização sem fins lucrativos de sustentabilidade Ceres. Isso vai além dos empréstimos a empresas de combustíveis fósseis e inclui setores como construção, manufatura e agricultura.

    Não são apenas os credores que enfrentam uma avaliação climática. Também na semana passada, um grupo de investidores globais gerenciando mais de US$ 9 trilhões em ativos escreveu para 36 das maiores empresas da Europa, incluindo BP, Volkswagen (VLKAF) e Lufthansa (DLAKY), conclamando-os a abordar os custos “ausentes” das mudanças climáticas em suas contas.

    As empresas foram selecionadas com base em sua exposição aos riscos de descarbonização e foram instadas a preparar relatórios de lucros “alinhados a Paris” que refletissem o que as mudanças climáticas significam para seus negócios.

    “Não seria consistente enfatizar os riscos climáticos no relatório estratégico, mas não considerar esses mesmos riscos nas contas”, afirmou a carta. “Se as contas deixarem de fora os riscos climáticos materiais, muito capital irá para atividades que colocam o capital dos acionistas em risco. Pior ainda, isso coloca todos os nossos futuros em risco”.

    Escolhas difíceis

    Milhões de norte-americanos estão se preparando para pegar a estrada antes do Dia de Ação de Graças. Isso pode ser uma faca de dois gumes para a economia.

    Um maior número de viagens nos EUA durante o feriado de Ação de Graças (26 de novembro) será um aumento de receita bem-vindo para o sofrido setor de aviação e negócios rodoviários, mas também acelera o risco de espalhar o coronavírus em um momento em que hospitalizações e mortes estão aumentando. Isso poderia superar os benefícios econômicos de curto prazo de ter mais pessoas se locomovendo.

    A American Automobile Association (AAA) disse no mês passado que esperava que 50 milhões de norte-americanos viajassem no feriado de Ação de Graças, uma queda de 55 milhões em relação a 2019, mas ainda um número enorme. Desde então, o órgão disse que a contagem final será menor, devido ao aumento das infecções por coronavírus e às novas restrições de quarentena, mas as operadoras ainda estão se preparando para um raro aumento na demanda.

    A United disse no início deste mês que está adicionando mais de 1.400 voos domésticos durante a semana do Dia de Ação de Graças, que espera ser o período mais movimentado desde março. E a JetBlue (JBLU) está adicionando 25 voos adicionais na área de Nova York para aumentar a capacidade durante os últimos dez dias de novembro.

    A recuperação nas viagens e gastos associados trará o alívio tão necessário para a economia dos EUA. Ao mesmo tempo, o contato físico próximo entre membros distantes da família pode aumentar ainda mais os casos de coronavírus.

    Se mais estados impusessem novas restrições como resultado, quaisquer benefícios do aumento de viagens e gastos durante o feriado de Ação de Graças podem evaporar rapidamente.

    O importante é fazer tudo com segurança. As orientações mais recentes podem ser conferidas no site dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças nos EUA.

    Segunda-feira: Índice PMI de manufatura e serviços dos EUA; resultados da Urban Outfitters (URBN)

    Terça-feira: Confiança do consumidor nos EUA; resultados da Nordstrom (JWN), GAP (GPS), American Eagle (AEO), Dollar Tree (DLTR), Best Buy (BBY), Abercrombie & Fitch (ANF)

    Quarta-feira: Pedidos iniciais de seguro-desemprego nos EUA e vendas de casas novas em outubro

    Quinta-feira: Atas do BCE e do Fed; mercados de ações dos EUA estão fechados

    Sexta-feira: Black Friday

    (Texto traduzido, clique aqui para ler o original em inglês)

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