Waack: Governo muda agenda econômica para focar na reeleição de Bolsonaro
Esperava-se que atual governo colocasse em prática uma política econômica que mudasse o que foi o padrão da política e da economia do Brasil até aqui, mas isso não aconteceu
No quadro CNN Poder desta sexta-feira (17), na CNN Rádio, William Waack analisa o anúncio do aumento das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) até o fim do ano e as mudanças mais recentes na política econômica do governo federal.
“Qual é a política econômica do atual governo? A gente imaginou uma coisa quando foi eleito – havia uma volumosa agenda chamada liberal-conservadora. Essa agenda parece que agora foi reduzida a apenas um critério: o que precisa ser feito para o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ter as melhores condições possíveis para disputar a reeleição no ano que vem”, disse Waack.
Para ele essa é a principal explicação para a decisão do governo – que assumiu o poder prometendo que não aumentaria impostos – subir as alíquotas do IOF.
“Vocês vão dizer: ‘OK, afeta quem pega crédito, quem movimenta dinheiro, pega rico’. E isso daria, pelo menos até o final do ano, uma folga para pagar um Bolsa Família um pouco melhor”, continuou Waack.
“Não há dúvida que o Bolsa Família foi, ao longo das últimas duas décadas, um dos programas sociais mais importante que o nosso país teve. O problema agora não é se é um programa social importante ou não, mas como fazer do Bolsa Família uma arma político-eleitoral para o atual ocupante do cargo no Palácio do Planalto.”
Para Waack, quando esse governo foi eleito, esperava-se que ele colocasse em prática uma política econômica que mudasse o que foi o padrão habitual da política e da economia do Brasil até aqui.
“Aconteceu o contrário. Tudo que se podia imaginar que fosse uma agenda é subordinado agora, exclusivamente, a um ponto só: garantir a reeleição do atual ocupante do cargo.”