Votação de veto a reajuste será teste para base governista, diz líder no Senado
Segundo Fernando Bezerra Coelho, derrubada do veto na véspera no Senado por pequena margem de votos não estava no radar
A votação do veto ao reajuste de servidores públicos na Câmara dos Deputados será um teste tanto para a nova base de apoio que o presidente Jair Bolsonaro tenta consolidar no Congresso, quanto para governadores, que se comprometeram a trabalhar pela manutenção da negativa em troca do auxílio do governo diante da crise do coronavírus, avaliou nesta quinta-feira o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE).
“O presidente está construindo essa base política, acho que hoje vai ser um dia importante quando da apreciação desse veto, porque nós vamos testar essa nova base política na Câmara e evidentemente que isso trará repercussão para o Senado”, disse o líder em entrevista à Reuters.
“Acredito que a partir do dia de hoje, a gente possa definir, digamos assim, uma base política do governo com contornos mais nítidos lá na Câmara dos Deputados e vai facilitar a construção também dessa base aqui no Senado Federal.”
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Segundo ele, a derrubada do veto na véspera no Senado por pequena margem de votos não estava no radar. Ele aponta um descuido ou descumprimento do acordo feito com os governadores. Lembra, ainda, das iniciativas de aproximação do governo com o centrão para a construção de apoio no Legislativo.
“Pode ter sido um cochilo geral, mas é importante que os governadores acordem e eles possam, digamos assim, honrar com a palavra que foi empenhada”, avaliou.
“De fato os governadores têm agora uma chance de recuperação, de trabalharem, pela manhã e agora à tarde para que o veto seja mantido na Câmara, então vamos aguardar. Do contrário, aí sim, vai caber essa interpretação de que os governadores terminaram recuando do acordo em função de interesses eleitorais.”
A Câmara analisará o veto em sessão marcada para às 15h desta quinta.
Mais cedo nesta quinta, ao falar com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro disse que será impossível governar o país se a Câmara confirmar a decisão do Senado de derrubar o veto ao reajuste dos servidores.