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    Volkswagen prevê vendas de até 2 mil caminhões elétricos por ano

    Os primeiros veículos do tipo da montadora no Brasil já têm encomendas da JBS, Coca-Cola e Ambev

    Eduardo Laguna, do Estadão Conteúdo

    Pela menor dependência de uma rede de postos de recarga nacional, a Volkswagen Caminhões e Ônibus optou por abrir pelo segmento urbano, onde as distâncias entre o ponto de partida e o ponto de entrega são menores, a sua investida na eletrificação de veículos comerciais.

    A expectativa da montadora é, num primeiro estágio de introdução da tecnologia, vender entre 1.000 e 2.000 caminhões elétricos por ano. As vendas nas concessionárias foram abertas hoje.

    Mas o e-Delivery, como foi batizada a linha dos primeiros caminhões 100% elétricos montados no Brasil, já nasce com intenção de compras de 1,6 mil unidades pela Ambev até 2025, junto com encomendas feitas por Coca-Cola Femsa (20 veículos) e JBS (uma unidade), além de outras 58 empresas interessadas em introduzir veículos de carga movidos a energia elétrica em suas frotas.

    “O desejo das empresas de zerar emissões no transporte, com a agenda ambiental pautando cada vez mais os negócios, será importante para que a produção, que começará baixa, ganhe escala e, assim, o preço da tecnologia se torne mais competitivo”, comenta o presidente da Volkswagen Caminhões e Ônibus, Roberto Cortes.

    “No curto prazo, podemos vender de mil a 2 mil unidades por ano. Já no ano que vem, ficaremos satisfeitos se vender mil. É cedo para imaginar volumes mais altos. De qualquer forma, a fábrica está preparada para dar vazão aos pedidos”, acrescenta o executivo.

    Ainda que o valor possa variar de acordo com a configuração do veículo, um preço de referência seria algo ao redor de R$ 750 mil, duas vezes e meio mais caro do que um caminhão equivalente movido a diesel.

    O argumento da montadora para convencer transportadoras a investir no e-Delivery é de que a economia de combustível “paga” em cinco anos a diferença de preço, explicada, principalmente, pelo custo da bateria importada da China.

    Na avaliação de Cortes, a tecnologia de propulsão elétrica pode, em cinco anos, chegar perto de um terço da produção da linha urbana, dado que o segmento, de onde sai praticamente um em cada cinco caminhões vendidos no Brasil, depende menos de uma infraestrutura nacional de recarga das baterias.

    “No veículo urbano, a transportadora carrega à noite para distribuir de dia. A tendência é ter procura grande e, por isso, estamos investindo no urbano. Quando se fala em longa distância, a história é outra.” Os caminhões elétricos que estão sendo produzidos na fábrica de Resende, no sul do Rio de Janeiro, transportam, a depender do modelo, até 6 toneladas e 9 toneladas de carga de mercadorias, sendo capazes de rodar 250 quilômetros sem necessidade de recarregar a bateria.