Verba do BNDES não está chegando aos empresários, critica CEO da Chilli Beans
Empresário analisa cenário econômico diante da pandemia
A crise na economia e a retomada ou não das atividades na maioria dos estados brasileiros é assunto permanente durante a pandemia do novo coronavírus.
Em entrevista à CNN, Caito Maia, CEO da Chilli Beans, empresa do setor de óculos solares e de grau, afirma que a retomada do comércio deve “ser feita de forma organizada e seguindo leis municipais”. O empresário ainda disse que há uma falta de diálogo entre governo e empresários e alertou para a necessidade de se ter um plano de ação para lidar com os efeitos da crise, incluindo o repasse de ajuda aos microempresários.
“Acho que não é o momento de reabrir as lojas, pois há muita indefinição. O que eu defendo é um planejamento para que a gente não possa ficar à deriva. Nós temos que nos planejar quanto à saúde, pois se não soubermos conviver com isso quando houver flexibilização, os danos vão ser muito maiores. Defendo uma volta organizada em locais com baixa contaminação e seguindo leis dos municípios”, disse o empresário nesta quinta-feira (14).
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Caito afirma que, mesmo com a venda de óculos de grau sendo considerada serviço essencial, e tendo 243 lojas abertas, seguindo as leis municipais, a instituição enfrenta dificuldades para lidar com o cenário de crise.
“Agora não, mas a gente tem que planejar para gente voltar dentro das normas (…) Quanto aos funcionários, nós estamos usando o benefício do governo federal para mantê-los e estamos colocando a cabeça para funcionar para utilizar esse pessoal nas vendas online e tem dado um resultado muito positivo e está trazendo um resultado muito interessante.”
O empresário também criticou a falta de repassasse da verba do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Para ele, o montante não está chegando aos microempresários e está prejudicando o desenvolvimento de setores. “Isso uma coisa muito séria e grave. Este movimento está sendo muito burocrático. Resumindo, trabalhista nós estamos usando, é um acordo que temos que fazer. O gargalo está sendo no repasse do dinheiro dos bancos privados não está repassando para o empresariado brasileiro. Este empréstimo do governo federal não está chegando para nós. Faça um plano, escute os empresários.”
Por outro lado, o empresário reforçou a preocupação com os funcionários e afirmou ainda a necessidade de “se ter fôlego para que as pessoas possam se organizar”. “Nós vamos nos recuperar, somos brasileiros e resilientes. Por mais que tenhamos um momento tão difícil, acredito que vamos ter uma evolução como seres humanos, eu acredito nisso.”