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    Vendas de cimento caem 2,9% em abril ante abril de 2021, diz sindicato do setor

    Cenário econômico fez com que diversos insumos da indústria de cimento registraram reajustes, encarecendo a produção

    Marcia Furlan, do Estadão Conteúdo

    As vendas da indústria do cimento registraram queda de 2,9% em abril em comparação ao mesmo mês do ano passado. De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC), foram comercializadas, em termos nominais, 5,2 milhões de toneladas no mês passado.

    A entidade avalia que o ambiente de instabilidade geopolítica, somado ao endividamento das famílias, juros elevados e a maior inflação em 27 anos continuam a impactar o setor.

    No cenário externo, a produção industrial global caiu em abril pela primeira vez desde junho de 2020, influenciada principalmente pela guerra entre Rússia e Ucrânia e o lockdown chinês.

    Diante desse cenário, diversos insumos da indústria de cimento registraram reajustes, como refratários, gesso, sacaria, frete marítimo e rodoviário e coque de petróleo, que encarecem os custos de produção.

    Esses fatores, de acordo com o SNIC, ocasionaram uma retração de 2,6% nas vendas de cimento no quadrimestre em relação ao mesmo período de 2021, totalizando 20 milhões de toneladas comercializadas.

    O volume de vendas de cimento por dia útil apresentou alta de 3,8%, em relação ao mês de março influenciado pelos feriados de abril. No acumulado do ano, o desempenho é de queda de 2,7%.

    Apesar da conjuntura econômica, o índice de confiança do consumidor avançou em abril e atingiu o maior nível desde agosto de 2021 devido ao arrefecimento da pandemia, a liberação do FGTS, antecipação do 13º salário de aposentados e pensionistas do INSS e melhoria no acesso ao crédito imobiliário pela Caixa, principalmente.

    Na análise da entidade, houve uma diminuição do pessimismo com relação ao mercado de trabalho, ainda que a estabilização do nível do desemprego esteja em 11%, segundo IBGE. A ampliação da redução do IPI em 35% também sinaliza otimismo, pois significa preços mais baixos para a população e aumento do poder de compra.

    O índice de confiança da construção avançou no mês passado para o maior nível desde janeiro de 2014. As expectativas dos empresários da construção melhoraram, porém desde setembro oscila entre altos e baixos, dadas as dificuldades no desenvolvimento do programa Casa Verde Amarela e a evolução no mercado imobiliário de maior poder aquisitivo.

    O volume de unidades vendidas, em razão principalmente do aumento dos juros, registra queda, e o estoque de imóveis aumenta, o que sinaliza para o futuro uma redução de novos empreendimentos.

    Na opinião do presidente do SNIC, Paulo Camillo Penna, os resultados sinalizam um horizonte ainda incerto, diante de um cenário de instabilidade geopolítica, inflação e juros em alta, assim como os custos dos insumos de produção.

    “Nesse sentido, a indústria do cimento vem trabalhando fortemente em projetos de substituição de combustíveis fósseis por fontes renováveis, já atingindo 28% de taxa de conversão energética”, afirma.

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