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    Valor do aluguel desacelera em junho e segue acima da inflação

    Levantamento do FipeZAP+ aponta alta de 12,86% nos contratos fechados nos últimos 12 meses. A inflação oficial do período foi de 11,89%

    Rayane RochaNathalie Hanna Alpacada CNN , Rio de Janeiro

    Os aluguéis residenciais estão em desaceleração, mas os preços continuam acima da inflação no Brasil, segundo o levantamento do FipeZAP+ do mês de junho. O índice registrou uma alta de 1,58%.

    Esse resultado corresponde a uma nova desaceleração frente à elevação nos meses abril (+1,84%) e maio (+1,70%). Com isso, em 12 meses, os contratos de locação já acumulam alta de 12,86%. A inflação oficial do mesmo período ficou em 11,89%.

    De acordo com Alison Oliveira, coordenador do Índice FipeZAP+, não há possibilidade de o valor dos aluguéis baixarem, apesar da desaceleração.

    “Não vemos uma queda nos preços da economia, vemos uma estabilidade. Dito isso, dificilmente veremos uma queda nos preços dos aluguéis. Dá para contar nos dedos a variação negativa que tivemos no índice do FipeZAP+. Não vamos ver os aluguéis baixarem, mas é esperado que haja uma desaceleração”, analisa.

    Para o coordenador, o aumento do aluguel residencial tem relação com a alta dos preços pressionados pela inflação. O pesquisador comenta que, como o orçamento dos brasileiros se tornou limitado, os proprietários aumentaram o valor dos aluguéis para poder ter mais poder aquisitivo.

    “É o terceiro mês consecutivo que a variação dos aluguéis fica acima do IPCA. Isso tem a ver com o aumento dos preços da economia como um todo. Quando o proprietário faz a mudança de contrato, ele vê os bens reduzidos. Ele vai aumentar o aluguel para aumentar um pouco o poder de compra. Por outro lado, as pessoas que alugam imóveis querem pagar menos porque o poder aquisitivo se torna menor. Portanto, o aluguel acaba sendo o que pesa mais no orçamento das famílias. Relativamente, elas vão gastar mais com aluguel e menos com o resto”, diz Oliveira.

    Em média, conforme indica o levantamento, atualmente é necessário desembolsar R$ 34,45 por metro quadrado para alugar um imóvel residencial no país. No levantamento do Índice FipeZAP+, a maior variação do período foi registrada em Florianópolis, onde o índice teve variação de 2,95%.

    Na sequência, também apareceram em destaque as capitais Recife (2,09%), Fortaleza (2,05%), Belo Horizonte (2,00%), Rio de Janeiro (1,98%), Curitiba (1,84%), São Paulo (1,75%) e Salvador (1,49%). Todas elas tiveram acréscimos maiores do que a inflação mensal medida pelo IBGE, que ficou em 0,67%. Em contrapartida, os maiores recuos se deram em Joinville (-1,37%), Pelotas (-1,37%) e Brasília (-0,31%).

    Segundo Oliveira, a perda de poder aquisitivo da média da população brasileira freou uma subida ainda mais significativa dos preços dos aluguéis.

    “Certamente quando a renda das pessoas sobe menos, elas acabam gastando menos e isso segura um pouco a inflação. Vemos os alimentos, os combustíveis subindo. A queda de poder positivo impede um aumento ainda maior do preço. Agora, com as novas medidas tomadas pelo governo, os alimentos começaram a subir um pouco menos e o preço dos combustíveis deve mudar, então essas medidas pode ajudar mais ainda na desaceleração”, completa.

    O indicador, avaliado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e pelo ZAP+, leva em consideração o preço médio de aluguéis de apartamentos em 25 cidades brasileiras. Para fazer a análise, as entidades do setor imobiliário têm como base anúncios publicados na internet.

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