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    Uber, Lyft, GoDaddy: empresas reagem a nova lei antiaborto do Texas

    Estado endureceu regras para interrupção da gestação; companhias criaram políticas de apoio aos prejudicados por nova legislação

    Matt McFarlandda CNN* , em Washington

    A plataforma de soluções digitais GoDaddy retirou do ar um site que permitia às pessoas reportarem a ocorrência de possíveis abortos no Texas, no mais recente exemplo de empresas que lutam contra a nova lei do estado.

    Passou a vigorar na última semana no Texas uma lei que proíbe que as clínicas de aborto interrompam as gestações depois de a atividade cardíaca fetal ser detectada, o que geralmente ocorre perto da sexta semana da gravidez.

    A lei teve caminho aberto para ser implementada no estado depois que a Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu por não intervir.

    A GoDaddy derrubou o site antiaborto por volta das 20h da sexta-feira, de acordo com a Texas Right to Life (Direito pela Vida do Texas), a organização dona da página.

    A provedora não respondeu aos pedidos de comentário da reportagem, mas disse em um postagem nas redes sociais na sexta-feira que “informou o dono do site ontem que eles violaram os termos de serviço da GoDaddy e têm 24 horas para mudar para um provedor diferente”.

    “Não seremos silenciados”, disse Kimberlyn Schwartz, diretora de mídia e comunicação da Texas Right to Life, em um comunicado enviado à CNN. “Se os opositores querem tirar nosso site do ar, nós o colocamos de volta.”

    A Primeira Emenda da Constituição norte-americana protege a liberdade de expressão da censura do governo. A GoDaddy, porém, como empresa privada, pode escolher com quem fará negócios. Outras provedoras de hospedagem na internet já bloquearam sites de seus sistemas anteriormente.

    Reação da Uber e Lyft

    E a GoDaddy não é a única empresa a agir após a nova legislação do Texas.

    Os aplicativos de viagens Uber e Lyft disseram, na sexta-feira (3), que irão cobrir os gastos com advogados de motoristas seus que forem processados como resultado da nova legislação.

    Qualquer pessoa pode processar as clínicas de aborto por supostas violações à nova lei, e aquelas que ganharem a causa devem receber US$ 10 mil do acusado derrotado.

    A regra também atinge qualquer pessoa que “ajude ou estimule” um aborto, o que poderia incluir, por exemplo, um motorista que, mesmo sem saber, levou uma mulher a uma clínica de aborto.

    A Lyft também informou que vai doar US$ 1 milhão para a rede de saúde Planned Parenthood, especializada em cuidados à reprodução.

    Os aplicativos de namoro Bumble e Match, ambos sediados no Texas, disseram na sexta-feira que vão criar um fundo de ajuda para as pessoas afetadas pela lei.

    “O Bumble é fundado e liderado por mulheres, e desde o primeiro dia defendemos os mais vulneráveis. Continuaremos lutando contra o retrocesso nas leis”, publicou o Bumble em sua página no Twitter.

    *Colaboraram Alta Spells, Charles Riley e Jeevan Ravindran 

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