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    Troca de comando da Petrobras não irá alterar política de preços, diz especialista

    Professora do Instituto de Energia e Ambiente da USP avalia que novo presidente deverá se dedicar à criação de um fundo de estabilização

    Fábio MunhozVinícius Tadeuda CNN , Em São Paulo

    A economista Virginia Parente, professora do Instituto de Energia e Ambiente da USP, afirmou nesta segunda-feira (23), em entrevista à CNN, que a troca da presidência da Petrobras não irá alterar a política de preços da companhia. Ou seja, a substituição no comando da empresa não deverá, por si só, resultar em combustíveis mais baratos para o consumidor.

    “A gente fica se perguntando quantas mudanças vão ser necessárias para a ficha cair que não é a mudança de um presidente que vai fazer a governança da empresa mudar”, afirmou. Isso porque a Petrobras, apesar de ter o governo brasileiro como acionista majoritário, é listada em bolsas no Brasil e no exterior e, portanto, possui outros acionistas.

    “Não é possível que um sócio obrigue os outros a terem um retorno menor. Infelizmente isso não pode ocorrer, porque a empresa é listada em bolsa e os acionistas querem os retornos que lhes cabem”, explicou. “Não é possível fazer sacrifício e gentileza com o chapéu dos outros”, adverte.

    Caso a nova direção insista em alterar a política de preços de maneira arbitrária, estarão sujeitos a diversas sanções. “O que a gente vai ver é o que ocorreu em governos anteriores: é uma enxurrada de ações que nem a décima geração dos diretores e dos membros do conselho vão conseguir pagar na [pessoa] física.”

    Dessa maneira, a especialista destaca que o novo presidente terá como principal missão estabelecer “uma negociação mais forte e mais rápida com o Congresso para aprovar um fundo de estabilização”.

    “Poderíamos já ter aprovado um fundo de estabilização para evitar oscilações de curto prazo para os caminhoneiros e as famílias possam se planejar mais. A gente também poderia atuar num ambiente mais seguro do ponto de vista econômico para evitar uma desvalorização cambial mais forte que acaba tendo um reflexo importante sobre o preço do combustível”, salienta a professora.

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