Teto de gastos disciplina trajetória fiscal do país, diz ex-diretor do BC
Ex-diretor do Banco Central afirmou que o custo do furo do teto de gastos é muito maior do que os resultados que se tem com ele
Em meio à busca por alternativas para financiar o Auxílio Brasil, o ministro da Economia, Paulo Guedes, falou até mesmo em furo do teto de gastos, mas, como explicou o ex-diretor do Banco Central Luiz Fernando Figueiredo, em entrevista à CNN Brasil, o teto de gastos existe para disciplinar a trajetória fiscal do Brasil.
“O Brasil vem de uma trajetória fiscal horrorosa e insustentável há muitos anos. O teto de gastos foi criado justamente para disciplinar a trajetória fiscal. No final das contas, é a última âncora fiscal que nós temos. E quando você diz que vai dar uma ‘furadinha’ no teto, você está violando esse princípio”, afirmou Luiz Fernando Figueiredo.
O ex-diretor do Banco Central ainda afirmou que o custo com o furo do teto de gastos é muito maior do que os resultados que se tem com ele.
“Esses 20, 30 milhões, em termos de crescimento do mercado e aumento de custo de vida, vai custar 10 vezes mais. Estamos a caminho de uma situação em que o Banco Central terá que subir mais os juros, a inflação será mais alta e o crescimento do ano que vem será melhor. Além disso, o custo da dívida pública aumentará barbaramente. Será que vale a pena?”, questionou Figueiredo.