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    Terceira maior economia do mundo quer aumentos salariais e queda de inflação

    País registrou queda anual de 3,8% nos salários ajustados pela inflação em novembro, mostraram dados publicados pelo Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar

    Emiko JozukaKathleen BenozaMichelle Tohda CNN , em Tóquio

    O Japão está enfrentando a maior queda nos padrões de vida em quase uma década, enquanto a inflação continua subindo.

    A terceira maior economia do mundo divulgou na sexta-feira (6) seu pior declínio salarial real em mais de oito anos, um dia depois que seu líder pediu às empresas que aumentassem os salários dos trabalhadores em um nível acima da inflação.

    O Japão registrou queda anual de 3,8% nos salários ajustados pela inflação em novembro, mostraram dados publicados pelo Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar.

    É a maior queda desde maio de 2014, quando um aumento do imposto de consumo na época causou uma queda de 4,1%, segundo dados divulgados pelo ministério.

    A queda mais recente ocorreu quando o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, pediu aos patrões que acelerassem os aumentos para os trabalhadores, alertando que a economia corre o risco de cair em estagflação se os aumentos salariais continuarem atrás dos aumentos de preços.

    A estagflação descreve um período de alta inflação e crescimento econômico estagnado, prejudicando o poder de compra das pessoas.

    “O cerne de um ciclo econômico virtuoso está no crescimento salarial e deve ser realizado a todo custo. As empresas devem gerar lucros e, em seguida, distribuí-los adequadamente aos trabalhadores”, disse Kishida na quinta-feira (5), enquanto falava em uma reunião de Ano Novo organizada pelos três principais lobbies empresariais do Japão.

    “O consumo vai crescer, o investimento empresarial vai crescer e promover ainda mais o crescimento econômico.”

    Aumentar os salários em 3% ou mais ao ano é uma meta central do governo de Kishida. O primeiro-ministro, que assumiu o cargo no final de 2021, observou que, embora os lucros corporativos tenham aumentado nos últimos 30 anos, os salários não conseguiram acompanhar esse crescimento.

    A maior organização trabalhista do Japão, conhecida como Rengo ou Confederação Sindical Japonesa, agora exige aumentos salariais de 5% nas negociações deste ano com a administração de várias empresas, acrescentou Kishida.

    Os salários no Japão permaneceram praticamente no mesmo nível na última década, segundo os dados mais recentes publicados pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

    Enquanto isso, o salário médio em muitos outros países aumentou durante o mesmo período, mostram dados da OCDE.

    O aumento dos preços das commodities e o iene fraco estão levando as empresas a repassar os custos mais altos aos compradores no ritmo mais rápido em décadas no Japão.

    O núcleo do índice de preços ao consumidor do país, excluindo alimentos frescos, subiu 3,7% em novembro em comparação com o ano anterior. Foi o maior aumento desde dezembro de 1981, de acordo com um relatório de dezembro do Daiwa Institute of Research.

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