Temendo boicote, empresários cobram compromisso do governo contra desmatamento
Temor de um boicote internacional aos produtos brasileiros por causa da política ambiental acendeu um alerta nas maiores empresas do país
O temor de um boicote internacional aos produtos brasileiros devido à política ambiental acendeu um alerta nas maiores empresas do país.
Representantes do setor privado querem uma reunião com o ministro do Meio Ambiente antes de ele embarcar para a COP 26.
Há duas semanas, o Conselho Empresarial Brasileiro Para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), que reúne quase metade do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, divulgou uma carta se comprometendo a reduzir as emissões de gases de efeito estufa até 2025.
A insegurança do empresariado está na dúvida sobre qual postura o governo federal adotará sobre a questão ambiental.
Às vésperas do evento, o governo brasileiro retomou as negociações para o financiamento do Fundo Amazônia. O vice-presidente Hamilton Mourão (PTBR) esteve com o embaixador da Noruega, Odd Magne Rudd, para falar sobre a gestão do fundo.
Em um post no Twitter, o norueguês disse que foi uma “boa reunião” e afirmou que os dois países têm algumas discordâncias sobre o Fundo Amazônia, mas que há diálogo.
O Fundo Amazônia foi criado em 2008 para ajudar no combate ao desmatamento na região. A Noruega era a principal financiadora, responsável por 93% dos recursos.
Em 2019, o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) acabou com o comitê orientador do fundo (Cofa) e, desde então, o dinheiro está parado.
De janeiro a setembro deste ano, houve uma redução de 26% nos focos de incêndio na Amazônia. Mas, de acordo com o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), a queda se deve mais às chuvas, que neste ano se anteciparam, do que às ações do governo.
Na próxima quinta-feira (21), o vice-presidente Mourão vai se reunir com o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite.
O encontro servirá para discutir o que o Brasil de fato vai apresentar na COP 26, que acontece no fim do mês em Glasgow, na Escócia.
O evento é considerado crucial para controlar as mudanças climáticas no mundo.
Já se sabe que um dos temas em pauta do governo brasileiro será o fim do desmatamento ilegal até 2030.