Taxa de investimento de 18,7% no 2º tri supera média de 16% dos últimos 5 anos
Investimentos produtivos medidos pela Formação Bruta de Capital Fixo avançaram 4,8% no período
A taxa de investimento no segundo trimestre de 2022 foi de 18,7% do PIB, divulgou o IBGE nesta quinta-feira (1º). O patamar é superior à média dos últimos cinco anos, de 16%.
Os investimentos produtivos medidos pela Formação Bruta de Capital Fixo avançaram 4,8% no período, beneficiados por novos marcos regulatórios, concessões e privatizações, segundo o Inter. “O número fica bem acima da média de cerca de 16% dos últimos 5 anos”, diz Rafaela Vitória, economista-chefe do banco.
O IBGE liga esse crescimento às atividades de construção e de informação e comunicação. “Nessa última atividade, o desempenho positivo está especialmente relacionado ao desenvolvimento de software. Essa é uma das atividades que foram menos impactadas pelos efeitos da pandemia, assim como o setor financeiro, a agropecuária e a indústria extrativa”.
O especialista CNN em Economia, Sergio Vale, explica que o investimento tem ido bem, em parte, por conta da construção, que ainda reverbera os anos de juros baixos e as construções residenciais que aumentaram nesse período.
Ele completa dizendo que um pouco também tem a ver com o programa habitacional Casa Verde Amarela, a população de baixa renda que tá ajudando o setor a compensar a piora na classe média.
Mas o mais relevante são máquinas e equipamentos, especialmente agrícolas, por conta das commodities. Eles têm sido o carro chefe de expansão nos últimos dois anos.
De acordo com os últimos dados divulgados pela Fenabrave, no mês de junho, a venda de máquinas agrícolas, entre tratores e colheitadeiras, teve alta de 37,5% em relação ao mesmo mês do ano passado. Em junho, 5,9 mil unidades foram entregues a produtores rurais, o que representa um aumento de 8,2% em relação ao mês de maio deste ano.
Em todo o primeiro semestre de 2022, 31,6 mil unidades de tratores e colheitadeiras foram entregues no país, um crescimento de 32,9% em relação ao mesmo período de 2021.
O setor de construção teve alta de 2,7% no 2º trimestre, puxado por novos projetos de infraestrutura pelo país que, por sua vez, vem sendo estimulados pelos novos marcos regulatórios em combinação com as concessões e privatizações, diz Rafaela.
A economista ressalta que o crescimento do mercado de capitais, apesar da elevação na taxa de juros, vem dando amplo financiamento para o setor privado crescer o investimento.