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    Taxa de desemprego feminina foi de 9,8% no 1º tri, maior que média masculina e nacional, mostra IBGE

    Apesar de renda média bater recorde, mulheres seguem recebendo 80% do salário médio dos homens

    Na média nacional, a taxa de desocupação foi de 7,9% no período
    Na média nacional, a taxa de desocupação foi de 7,9% no período StartupStockPhotos/Pixabay

    do Estadão Conteúdo

    O desemprego entre as mulheres brasileiras permanecia consideravelmente mais elevado do que entre os homens primeiro trimestre de 2024, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (16).

    A taxa de desemprego foi de 6,5% para os homens no primeiro trimestre, ante um resultado de 9,8% para as mulheres.

    Na média nacional, a taxa de desocupação foi de 7,9% no período.

    Por cor ou raça, a taxa de desemprego ficou abaixo da média nacional para os brancos, em 6,2%, muito aquém do resultado para os pretos (9,7%) e pardos (9,1%).

    A taxa de desocupação para as pessoas com ensino médio incompleto foi de 13,9%, mais que o triplo do resultado para as pessoas com nível superior completo, cuja taxa foi de 4,1%.

    Renda desigual

    Outro dado que aponta a disparidade entre mulheres e homens no mercado de trabalho é o rendimento médio real, habitualmente recebido no trabalho principal.

    Apesar de ter atingido um recorde de R$ 3.033 no período, as mulheres trabalhadoras permanecem recebendo apenas 80% do salário médio dos homens.

    Considerando apenas a renda habitual obtida do trabalho principal (e não de todos os trabalhos), o rendimento médio alcançou patamar recorde no primeiro trimestre de 2024 tanto para os homens, R$ 3.323, quanto para as mulheres, R$ 2.639.

    Ou seja, o homem recebe cerca de 26% a mais que a mulher em seu emprego principal.

    3,9 milhões de desempregados

    No primeiro trimestre de 2024, 3,967 milhões de brasileiros procuravam trabalho há mais de um mês, mas menos de um ano, 6,5% menos desempregados nessa situação do que no mesmo período do ano anterior, e 1,773 milhão tentavam uma vaga há menos de um mês, um recuo de 10% nessa categoria de desemprego do que no primeiro trimestre de 2023.

    Já numa margem de longo prazo, o país tinha 1,916 milhão de pessoas em situação de desemprego, ou seja, em busca de um trabalho há pelo menos dois anos.

    Se considerados todos os que procuram emprego há pelo menos um ano, esse contingente em situação de desemprego de longa duração sobe a 2,883 milhões.

    Apesar do contingente ainda elevado, o total de pessoas que tentavam uma oportunidade de trabalho há dois anos ou mais encolheu 14,5% em relação ao primeiro trimestre de 2023.

    “Há tendência de redução dessa população desocupada. Todas as categorias de tempo de procura apontam tendência de redução, até porque a população desocupada como um todo, na comparação anual, se reduziu”, apontou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

    Outras 967 mil pessoas buscavam emprego há pelo menos um ano, porém menos de dois anos, 1,2% menos indivíduos nessa situação ante o primeiro trimestre de 2023.

    Apesar de uma melhora geral, a taxa de desemprego subiu de maneira significativa em oito das 27 Unidades da Federação (UFs).

    O resultado é influenciado por movimentos sazonais, uma vez que os primeiros trimestres de cada ano são caracterizados por aumento na procura por emprego, justificou Beringuy.

    No primeiro trimestre de 2024, as maiores taxas de desocupação foram as da Bahia (14%), Pernambuco (12,4%) e Amapá (10,9%), enquanto as menores ocorreram em Rondônia (3,7%), Mato Grosso (3,7%) e Santa Catarina (3,8%).