Subsídio de combustíveis para todo mundo seria erro dramático, diz Guedes
Segundo ministro, com privatizações haverá recursos suficientes para abastecer o fundo de reconstrução nacional para recuperar a capacidade de investimento do setor público
O ministro da Economia, Paulo Guedes, elogiou a aprovação da PEC dos Benefícios no Congresso Nacional e classificou a medida como transferência de renda e não como subsídio.
Segundo ele, o texto aprovado foi melhor do que o original ao usar os recursos que compensariam os governos estaduais pela redução de impostos sobre combustíveis para a criação de auxílios a caminhoneiros, taxistas e ampliar o Auxílio Brasil e o vale-gás.
“Subsídio para todo mundo usar petróleo mais barato seria um erro dramático do ponto de vista de política econômica. Seria socialmente regressivo, injusto com os mais frágeis e irresponsável frente à gravidade da crise internacional”, disse nesta terça-feira (12), durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal.
Ainda na avaliação do ministro, o agravamento da pressão inflacionária por conta da guerra da Rússia na Ucrânia foi decisiva para a concessão de auxílios além da redução de impostos. No entanto, segundo ele, o mesmo cenário é o que impede uma redução maior no preço de combustíveis.
“A guerra na Ucrânia foi um mergulho acelerado no futuro, porque vai haver a transição energética. Se dermos subsídio, estamos impedindo a transição. O preço está subindo e dizendo: usem mais energia solar, usem mais energia eólica, mais gás natural. Não usem tanto o petróleo. Se mantiver o subsídio por muito tempo, você retarda a transição energética, você retarda o mergulho do Brasil no futuro”, argumentou.
Guedes fez ainda um questionamento, dizendo que se o PPI é um preço de mercado, do que adiantaria vender refinaria se a Petrobras privatizada precisaria vender a preço de mercado no final. “Esse é o enigma: por que ter uma estatal para fazer algo que tem que ser vendido a preço de mercado?”.
“Vamos transferir propriedades. Com as privatizações, nós teremos recursos suficientes para abastecer o fundo de erradicação de pobreza e o fundo de reconstrução nacional para recuperar a capacidade de investimento do setor público. Ao invés de o BNDES ter ações de empresas privadas, vamos vender essas ações e abastecer os fundos”, afirmou.