Subsídio a combustíveis é excepcional, e Guedes vai decidir, diz Bolsonaro
Presidente voltou a criticar lucro "absurdo" da Petrobras, e afirmou que não irá interferir no mercado
O presidente Jair Bolsonaro afirmou, neste sábado (12), que a adoção do subsídio a combustíveis é “uma questão excepcional” e que a decisão vai passar pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
“Ele [Guedes] já deu um indicativo dessa possibilidade se o barril do petróleo explodir lá fora, porque se jogar todo preço para o consumidor, o Brasil explode a inflação e explode a economia”, disse o presidente.
O chefe do Poder Executivo voltou a tratar da possibilidade de zerar o PIS/Cofins da gasolina, se a Guerra da Ucrânia persistir. A maneira de fazê-lo seria por de um projeto enviado ao Congresso. Mas ele ainda irá consultar o ministro da Economia, Paulo Guedes.
“A questão de possível subsídio, isso passa pelo parecer do Paulo Guedes. Ele já deu um indicativo para vocês dessa possibilidade, se o barril do petróleo explodir lá fora. Porque se você jogar todo preço para o consumidor, o Brasil explode a inflação e explode economia. Não queremos isso. A questão do subsídio é excepcional que o Paulo Guedes vai decidir porque ele continua sendo meu ministro de minha confiança”, declarou.
Petrobras tem lucro “absurdo”, diz Bolsonaro
Bolsonaro também declarou que não vai interferir na política de precificação da Petrobras, mas que considera o lucro da empresa “um absurdo” em razão da crise que o mundo atravessa.
“Para mim, particularmente falando, é um lucro absurdo que a Petrobras tem num momento atípico como esse. Não é uma questão apenas interna nossa. Não estou satisfeito com o reajuste, mas não vou interferir no mercado”, sinalizou.
O presidente chegou a mencionar que sancionou o projeto de lei complementar na sexta-feira (11) que diminui a alta do reajuste. “É alto, sim, mas é possível você suportar porque a crise é mundial”, afirmou.
Desde sexta-feira (11), o preço do óleo diesel e da gasolina comum tiveram um incremento de 24,9% e 18,8%, respectivamente. Na prática, o valor dos insumos passará de R$ 3,61 para R$ 4,51, em relação ao diesel, e de R$ 3,25 para R$ 3,86 em relação à gasolina.
Segundo cálculo da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Fertilizantes, o litro da gasolina nos postos deve subir para uma média de R$ 7,02 no país. No estado do Rio de Janeiro, a CNN encontrou o litro da gasolina comum sendo vendido a R$ 7,99, enquanto a aditivada saía por R$ 10,29.
O aumento ocorre após a disparada do petróleo, em razão da guerra na Ucrânia, que chegou a bater US$ 140 por barril na semana passada, e se encontra em valores próximos a US$ 110 atualmente.